Fora da Faria

Uma coluna de negócios focada na economia real.

Fora da Faria

A Natura sai do armário

Em contramão à guinada trumpista, a empresa reafirma o compromisso com os direitos humanos e o meio ambiente. Quem mais vai seguir a linha?

A Natura sai do armário
A Natura sai do armário
Apoie Siga-nos no

A Natura divulgou um manifesto na esteira dos posicionamentos das gigantes de tecnologia e após a posse de Donald Trump. Sob o título “Compromisso com a vida não aceita retrocessos”, a empresa declara a manutenção de suas ações de inclusão e compromissos ambientais. O manifesto diz que “vivemos tempos que nos convocam a reafirmar o nosso compromisso com a construção de um mundo mais justo, ético e inclusivo. Mais do que nunca, esse esforço precisa ser corajoso, intencional e, sobretudo, coletivo. Não há mais tempo para retrocessos”.

Divulgado, mas pouco viralizado, o manifesto da Natura é um dos poucos movimentos públicos de empresas instaladas no Brasil a assumir postura de confronto com a guinada conservadora. A Natura complementa com “mais do que metas, a conservação da natureza, a defesa irrestrita dos direitos humanos e a valorização da diversidade são pilares essenciais para a longevidade do nosso negócio”. Enfim, a empresa acredita que seus negócios são mantidos exatamente por sua postura de defesa do meio ambiente e de um mundo diverso. Saiu do armário, demonstrando que tem uma política corporativa que não cede à maré. Quem mais vai seguir a linha?

*

Stargate e o dinheiro no buraco da minhoca

Stargate é o título de um filme de 1994, dirigido por Roland Emmerich, sobre um portal que permitiria viagens pelo espaço usando um buraco da minhoca estável. O nome foi emprestado para o lançamento de uma joint venture entre a Oracle, OpenAI e o Softbank e capitaneada pelo recém-eleito Donald Trump. O movimento das gigantes de tecnologia em direção a Trump tem um fundamento econômico na linha de, parafraseando os versos de Fernando Pessoa, “tudo vale a pena se a grana não é pequena”. Danem-se as políticas humanistas, de defesa de minorias, populações vulneráveis e ambientais. São 100 milhões de dólares previstos em quatro anos para projetos de ampliação de infraestrutura para inteligência artificial. Segundo a emissora americana CBS, o valor poderia chegar a 500 milhões de dólares. A guinada conservadora tem uma face comportamental. Mas o buraco da minhoca é muito mais embaixo.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo