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Campanha mobiliza por indústria da moda justa, segura e transparente

Quinta edição brasileira da Semana Fashion Revolution ocorrerá em 51 cidades até 28 de abril

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A Semana Fashion Revolution, campanha anual que ocorre em mais de 100 países, mobiliza pessoas para atuar por uma indústria da moda mais justa, segura e transparente. Até o dia 28 de abril, espera-se mais de 275 milhões de participantes ao redor do mundo. No Brasil, mais de 80 faculdades, 51 cidades de 19 estados e o Distrito Federal, vão realizar atividades para debater a futura indústria da moda, que respeita as pessoas e o planeta com trabalho justo e decente, proteção ambiental e igualdade de gênero.

A Semana Fashion Revolution 2019 começou no Dia da Terra, 22 de abril, e oferecerá ações positivas que todos e todas podem adotar para reduzir a pegada de carbono das roupas, além de destacar o impacto devastador da indústria da moda no aquecimento global. Brasil afora serão realizados mais de 500 eventos, com atividades diversas, como palestras, trocas de roupas, exibição de filmes, painéis de discussão, rodas de conversa e oficinas.

A sustentabilidade da indústria da moda está cada vez mais sob escrutínio, mas as violações dos direitos humanos, a desigualdade de gênero e a degradação ambiental também continuam abundantes. Pesquisa da Global Slavery Index encontrou 40,3 milhões de pessoas em situação de escravidão moderna em 2016, das quais 71% são mulheres. Os dados mostram que as peças de vestuário estão entre os itens com maior risco de serem produzidos por meio da escravidão moderna.

O assédio sexual, a discriminação e a violência baseada em gênero contra as mulheres são endêmicos na indústria global de vestuário, em que elas representam 80% da força de trabalho global. A produção mundial de têxteis emite 1,2 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano, mais do que os voos internacionais e o transporte marítimo combinados. Estamos produzindo 53 milhões de toneladas de fibras para confeccionar roupas e têxteis anualmente, apenas para aterrar ou queimar 73% dessas fibras.

Mudanças na indústria

Não é mais possível viver em um mundo onde nossas roupas destroem o meio ambiente, prejudicam ou exploram as pessoas e reforçam as desigualdades de gênero. Este não é um modelo de negócios sustentável. A indústria da moda deve medir o sucesso além das vendas e lucros e valorizar igualmente o crescimento financeiro, o bem-estar humano e a sustentabilidade ambiental. É urgente uma indústria de moda transparente e que se responsabilize pelas suas práticas e impactos sociais e ambientais.

Mudanças culturais

A cada compra, uso e descarte de roupas, é gerada uma pegada ambiental e um impacto nas pessoas que as produzem – na maioria, mulheres. É preciso promover mudanças culturais para um consumo mais consciente e que as pessoas reconheçam seus próprios impactos ambientais e atuem para mudar a cultura da moda.

Mudanças políticas

A transparência e a responsabilidade social e ambiental da indústria global da moda devem estar na agenda governamental de todos os países. Com os regulamentos e incentivos corretos em vigor e devidamente implementados, o governo pode incentivar uma “corrida pelo primeiro lugar”, na qual pessoas e empresas recebam apoio e incentivo para adotar mentalidades e práticas mais responsáveis e sustentáveis.

“Moda revolucionária é aquela que faz bem para todos: para a Terra, para quem fez e para quem usa. Lembrar que moda, representatividade e liberdade devem estar na mesma página”, diz Fernanda Simon, Diretora Executiva do Fashion Revolution Brasil.

Para acompanhar as notícias e eventos, siga as hashtags #QuemFezMinhasRoupas, #EuFizSuasRoupas e #FashionRevolution.

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