Diálogos da Fé

Blog dedicado à discussão de assuntos do momento sob a ótica de diferentes crenças e religiões

Diálogos da Fé

O significado sagrado da Palestina para os muçulmanos

Israel, apoiado pelos Estados Unidos, usa de violência para apagar as marcas dos palestinos da região

Jerusalém é sagrada para três religiões. Não pertence a Israel
Apoie Siga-nos no

O líder religioso da República Islâmica do Irã, Seyd Ali Khamenei, havia anunciado que Jerusalém e a luta do povo palestino por sua autodeterminação não é apenas uma questão de ordem política, mas de ordem religiosa e sagrada para todos os muçulmanos, sejam sunitas, xiitas ou sufis. É dever de todo crente, afirmou, auxiliar na liberação a Palestina da injustiça e opressão que está submetida.

Mais um plano de Israel para aumentar sua influência na Palestina foi aprovado no Parlamento judeu (62 a favor, 55 contra e 2 abstenções). Trata-se de uma espécie de genocídio da história, da cultura, da língua, da religião e da existência do povo palestino.

Jerusalém, ou Al Quds , como os muçulmanos a chamamos, foi a primeira quiblah, ou lugar para o qual dirigimos nossa fronte quando nos  prostramos  em adoração a Alá.

Leia também:
Fora da justiça social não há salvação
Os orixás que inspiram a arte

A Mesquita de Al Aqsa é sagrada para os muçulmanos. Disse o profeta Mohammad: uma oração na mesquita de Al Aqsa equivale a 500 orações em qualquer outro lugar.  

Foi a mesquita para a qual nosso profeta foi levado como um milagre de Alá. De Meca e de Al Aqsa, viajou por todo o universo, incluindo sua visita ao paraíso e sua reunião com todos os outros profetas. Realizou a viagem noturna em uma criatura mítica chamada Al Buraq, que, segundo a crença e as escrituras, tem um aposento sagrado na mesquita de al Aqsa .

A mesquita e o lugar conhecido como o domo da rocha, de onde o profeta Mohammad subiu ao céu, é sagrado para os muçulmanos e é também lugar de peregrinação.

É inaceitável que uma lei racista tente se sobrepor a séculos de historia, cultura e autodeterminação do povo palestino.

A lei votada em Israel estipula que apenas os judeus têm o direito exclusivo à autodeterminação nacional.

O governo de Israel quer impor a Jerusalém uma única bandeira nacional, a de Israel, abolir a língua árabe e ter como única língua oficial o hebraico e como único hino nacional o de Israel. Declara Jerusalém como parte de seu Estado indivisível, expressando seu ódio e racismo contra os demais povos que convivem há séculos

Israel sonha enfim com uma limpeza étnica e utiliza métodos racistas de apartheid com todo seu enfoque sionista de 70 anos de ocupação das terras palestinas

Ao serem implementadas as novas leis votadas, nas visitas guiadas a turistas aos lugares sagrados da Terra Santa, os intérpretes árabes não podem trabalhar. Nem os arqueólogos.

Até mesmo a informação arqueológica tem sido falsificada, assim como se tenta apagar a memória dos feitos históricos dos palestinos.

A Palestina sofre uma tentativa de ser desabilitada da história, a nossa Terra Sagrada, onde um dia conviveram pacificamente as três grandes religiões monoteístas, como irmãs.

Nós, muçulmanos, reivindicamos a todos os profetas ou mensageiros de Alá, incluindo os profetas da religião judaica.

Sabemos que o profeta Moisés nunca chegou a terras palestinas, morreu no deserto e jamais ordenou massacrar outras tribos ou roubar terras, mas os judeus desviados de tudo que se diz na Torá, insistem no método de falsificar a história e chamam seu projeto colonizador, que quer expulsar os palestinos de suas terras, de  “Plano do Século”.

Nós o chamamos de “Plano Diabólico”.

Baseado na mentira de uma “Terra sem Povo para um Povo sem Terra e escolhido por Deus”, que na prática se traduz por subjugar por meio da força militar quem vive na região há 6 mil anos antes de Cristo e falsificar sua história ancestral para que pensem que os donos da terra são os seus genocidas.

Os primeiros judeus só chegaram a Canaã 600 anos depois do profeta Ibrahim ou 1,4 mil anos antes de Cristo. Os cananeus, árabes que hoje são os palestinos, habitavam aquelas terras 4,5 mil anos antes dos judeus.

Todos aqueles que tem fé e querem um mundo justo devem se somar à resistência do povo palestino oprimido. Israel não tem poder moral para designar Jerusalém, terra sagrada para as três grandes religiões monoteístas da humanidade, como exclusivamente sua.

São agressores, desviados da religião e nada tem a ver com o que pregou Moisés ou Davi.

A força moral pertence ao povo palestino. Aquela força que surge de um povo oprimido, que há décadas vê suas famílias assassinadas ou em cárceres desumanos, casas e plantações destruídas, terras e águas roubadas, seu sangue derramado, geração após geração.

Terra de órfãos, viúvas, mutilados vivendo em campos de concentração na área na qual antes tínhamos tantas oliveiras, símbolo da paz que Israel derrubou e queimou-as para fazer suas casas bizarras. 

Por todo o passado ancestral de fé da humanidade e por um futuro de justiça e liberdade para cristãos, judeus de religião e muçulmanos, lutemos pela Palestina ao lado do povo oprimido.  

Jerusalém é de toda a humanidade e é capital da Palestina por direito ancestral e legítimo.

Jamais deixaremos esta causa de Alá e de toda a humanidade.

  A verdade chegou e a falsidade desapareceu

   A falsidade esta certamente destinada a desaparecer”

                                Al Corão, Surata dos filhos de Israel ,81

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo