O fim do Ramadã e a quebra do jejum

É a maior festa da comunidade muçulmana e é cercada de uma mística espiritual profunda e um sentido social importante

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Enquanto escrevo este texto, o mês sagrado de Ramadã está prestes a terminar, assim que se avistar a lua crescente, quando só então poderá ser anunciado com total certeza, segundo a lei islâmica, e só então será o fim do mês sagrado de Ramadã e a celebração do Eid al Fitr, que se traduz como festa ou celebração da quebra do jejum.

Durante este mês, os muçulmanos se abstém de comer, beber e de ter relações sexuais desde a aurora até o pôr do sol. Passado o mês de jejum e privações, chega o dia da celebração do fim do jejum, que acontece no primeiro dia de Sawwal (o décimo mês do calendário islâmico). É a maior festa da comunidade muçulmana e é cercada de uma mística espiritual profunda e um sentido social importante.

Os muçulmanos em festa se reúnem em sua UMA (comunidade) para celebrar mais que o fim do jejum: as recompensas que ele traz pelo período de purificação interior junto às súplicas (DUAS) especiais e pedido de purificação e remissão dos defeitos, pecados humanos que impedem as pessoas de conhecerem a si mesmas em uma dimensão maior do ser.

O Ramadã só se inicia quando se avista a lua crescente e igualmente só terminará quando se avistar a lua crescente novamente.

No dia do Eid, os muçulmanos são convocados a oração na mesquitas. Os minaretes – o Muazim -, o que faz o chamado da oração, faz o chamado (o azan).


“Allah hu akbar”

É de grande importância a repetição do takbir: “Allah hu akbar (Allah é o maior). Todos os louvores sejam dados a Allah. Após a oração que consiste em dois rakats ou genuflexões, o Imam faz o sermão que deve tocar nas questões sensíveis e sociais da comunidade islâmica. Esse dia é de celebração e felicidade em que nos reunimos em uma festa que pode durar de um a três dias.

É costume vestir as melhores roupas, se perfumar, trocar presentes, comer comidas especialmente deliciosas e agradecer por ter conseguido ter feito o jejum e se fortalecer da disciplina dele e pedir a Allah que aceite nosso jejum e nossas súplicas, que perdoe nossos pecados e nos ajude e dê força espiritual.

No dia do Eid, o muçulmano paga o zakat, ou esmola dos pobres, algo como um quinto do seu lucro anual que serve para purificar a riqueza, fazendo com que circule e não se concentre na mão dos ricos.

Uma das súplicas que fazemos no dia da festa da quebra do jejum, o Eid al Fitr, é pela volta do Imam Mahdi (a.s.), quando pedimos para que Allah apresse seu retorno e o fim da tirania no mundo e o estabelecimento da paz.

Há um profundo significado místico, espiritual e também social do Eid al Fitr para os muçulmanos.

A primeira celebração do Eid al Fitr foi em 624 pelo profeta Mohammad, sua família e seus seguidores e foi seguida à vitória da Batalha de Badr, em que os combatentes lutaram em pleno jejum de Ramadã e venceram o exército dos Coraixitas, que era em número muito maior.

Também é no mês de Ramadã que acontece a chamada noite do decreto, destino ou “laylat al Qadr”, em que Allah pode mudar o destino das criaturas.

 

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