Diálogos da Fé

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Islamofobia na América Latina

Há um clima crescente de intolerância religiosa

Estimula-se a islamofobia na tríplice fronteira
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A comunidade islâmica da América Latina continua a denunciar as sistemáticas perseguições na Argentina. Às vésperas da realização do encontro do G20 em Buenos Aires, a reunião de cúpula das maiores economia dos planeta, dois jovens muçulmanos argentinos tiveram sua residência invadida e foram levados pela polícia por suposta relação política com o movimento de resistência libanês Hezbollah.

 A ordem de prisão veio os acusados começarem a ser investigados apenas por terem viajado ao Líbano com o intuito de visitar seus familiares.

Ao invadir a residência dos irmãos Axel Ezequiel Abraham Salomom, de 25 anos, e Kevin Gamal  Salomom, de 23, a polícia encontrou e apreendeu velhas armas do avô falecido, militar desde os 18 anos e morto em 2008 aos 82 anos de idade.

Ter armas em casa na Argentina é um costume. Durante o Rodrigazo e o Cordobazo, movimentos  de lutas populares, bairros inteiros foram controlados por milícias operárias armadas .

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Os fascistas hipócritas defendem o porte de armas somente para os inimigos do povo massacra-lo, mas, quando encontram  velhas  armas de um velho patriota, chamam de arsenal terrorista.

Há muitos anos o lobby sionista na Argentina, em aliança com os EUA, estimula a perseguição à comunidade islâmica, baseado no suposto medo da influência dos movimentos muçulmanos na América Latina.  Os rapazes negam as  acusações. O  advogado anunciou a intenção de processar o Estado.

 Em 1992, homens armados atacaram a embaixada de Israel em Buenos Aires e deixaram 29 mortos. Em 1994, um ataque à Amia massacrou outros 85. Os atentados foram atribuídos sem nenhuma prova ou fundamento ao Hezbollah e ao Irã.

O Hezbollah  tem parlamentares no Líbano e é um partido legalizado. Não adota práticas terroristas como a Al-Qaeda ou o Estado islâmico. No passado, atuou como grupo de resistência e heroicamente expulsou o inimigo invasor de suas terras no Sul do Líbano. Os libaneses sentem orgulho do movimento e de seu líder, Said Nasrallah  .

O Hezbollah e o Irã desmentiram as acusações e denunciaram as manipulações dos Estados Unidos e de Israel. As acusações reverberam nos demais países do Cone Sul, em especial na na tríplice fronteira. Inflama-se, desta forma, uma caça aos muçulmanos. Devemos ficar atentos à conjuntura que se desenha de intolerância religiosa e política na região.

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