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Celebrações islâmicas: nascimento do profeta Mohammad e do Imam Yafar as Sadiq

Nestes dias de festas que lembram o Natal cristão, os muçulmanos decoram as mesquitas, suas casas e as ruas

Foto: PX Here
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No dia 17 de rabi al awwal, terceiro mês do calendário islâmico, no ano 570 d.C. nasceu o profeta Mohammad ibn Abdullah Mutaleb ibn Hachem ibn |Qoss ai, (a paz esteja com ele e sua purificada família) da Tribo Coraich, na cidade de Meca, na Arábia Saudita, em uma época de ignorância e idolatria onde era proibido pensar e mulheres eram enterradas vivas.

Ele veio da linhagem do profeta Ismail, filho de Abraão que foi quem reconstruiu a Caaba.

Seu pai Abdallah ibn Abdal Mutalib foi envenenado aos 25 anos de idade pelos inimigos do selo profético, que planejavam impedir o nascimento de Mohammad, que porém, já se encontrava embrionário no ventre de sua mãe Ámina Bint Wahab ibn Abed Mannaf ibn Zohra ibn Qilab, sem que os assassinos de seu pai tivessem sucesso em impedir seu advento neste mundo. Este ano foi conhecido como o Ano do Elefante.

Houve muitos acontecimentos extraordinários durante o advento do mensageiro de Allah. Ainda criança, o profeta e sua mãe tiveram que se esconder no deserto para protege-lo dos que o queriam matar (os judeus que não seguiam a religião do profeta Moisés e que haviam imigrado a Meca antes do nascimento do profeta para matá-lo).

Assim como na história de Jesus, Maria e José tendo que fugir de Herodes, os judeus sabiam do nascimento do profetas e sempre buscaram matá-los.

Mohammad, ao retornar a Meca, era conhecido como um homem honesto e confiável e a revelação do Alcorão Sagrado quando ele meditava em uma caverna, aos 40 anos, e recebeu a vista do anjo Gabriel, transformaria a história não apenas em sua vida pessoal, mas a revelação vem para toda a humanidade e o arcanjo diz com voz de trovão: “‘IKRA’ (recita) Bismillah (em nome de Allah)”.

Sua missão de divulgar o livro sagrado fez dele o último e derradeiro profeta da humanidade.

A mensagem divina do Alcorão revelada ao profeta e defendida por ele e sua família chama os seres humanos a acreditar na unicidade de Deus, abominar a idolatria, libertar os escravos, não aceitar a opressão das mulheres, aconselhar o bem e proibir o mal, não oprimir o órfão, não passar para trás os pobres. Estabelecer a justiça e incentivar a busca do saber e igualdade de oportunidades tanto a homens e mulheres.

Os muçulmanos, nestes dias de festas que lembram o Natal cristão, decoram as mesquitas, suas casas, as ruas e até as tendas dos beduínos no deserto com luzes coloridas e oferecem doces para festejar o nascimento do último e derradeiro dos profetas enviados.

Comemoramos também neste dia o aniversário de seu descendente, o Imam Yafar as Sadiq, o sexto Imam dos shiitas, nascido na cidade de Medina neste mesmo dia, 132 anos depois do nascimento do profeta Mohammad, ou ano 702 depois de Cristo.

O IMam Yafar as Sadiq foi o fundador da escola Ahlul Bait, propagador do fiqh (jurisprudência) do profeta Mohaamad, defensor da tradição hadice e um grande e respeitado mestre do “Irfan” (mística islâmica).

Ele nos faz um chamado a viver o islam em todos os sentidos da vida, resistir às tiranias e enfrentar os inimigos da fé com coragem e ser capaz de unificar os ideais da comunidade para lutar unificados.

Allah disse no livro sagrado: “Certamente Deus ama aqueles que lutam em seu caminho, em fileiras, como se fossem um firme e compacto muro.”

A infância e crescimento do Imam Yafar acontece em uma época em que os estudos das ciências corânicas em Medina estavam no seu apogeu.

O Imam as Sadiq tinha 34 anos quando seu pai, o Imam Mohammad al Baqir, morreu e ele assumiu o imamato.

O acúmulo de conhecimento esotérico era imenso, ele é considerado o sheik dos sheiks e muito respeitado sábio na escola shiita.

Elaborou como jurisprudente do islam várias doutrinas, entre elas a “Nass” (da sucessão dos Imans) e “Ismaa” (da infalibilidade dos Imans), como também a doutrina de taqyya (o direito de esconder ou entrar na clandestinidade se sua religião é ameaçada).

Ele foi perseguido pelos califas abássidas e foi envenenado a mando do califa Al Mansur e assim o Imam foi martirizado.

Entre tantos ensinamentos trazidos por ele, foi o Imam Yafar as Sadiq o primeiro a fazer interpretações místicas do Alcorão (Tafsir).

Ele dizia que interpretar o livro sagrado nas suas questões simples era para as pessoas comuns e os significados ocultos, para pessoas que conhecem o oculto neles e os significados implícitos para os “amigos de Deus”, e as “doutrinas espirituais exaltadas” eram a “província dos profetas”.

Felicitamos a todos pelo aniversário do profeta Mohammad e do Imam Yafar as Sadiq!

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