Diálogos da Fé
Blog dedicado à discussão de assuntos do momento sob a ótica de diferentes crenças e religiões
Diálogos da Fé
As várias formas do amor
Admiração, afeição, desejo… Ele tem a profundidade capaz de levar a Deus
Na essência da criação do universo há o amor. Conforme as suas manifestações, o ser humano o nomeou de diferentes formas. O nome cria a base do conhecimento. Quando Deus criou Adão, ensinou-lhe os nomes e quando o Adão começou a compreender a criação, deu nomes às coisas conforme seus significados. E de acordo com estes nomes, ele classificou as coisas. Assim, o amor foi nomeado de diferentes modos.
Quando o amor se manifesta no corpo humano, isso é denominado desejo. Quando se manifesta na sua mente, é admiração. O amor que se manifesta no coração, além daquele que se manifesta na mente e no corpo, é chamado de afeição. Afeição é uma dimensão ligada à mente e ao corpo que os faz alcançarem o amor puro, mas ela não depende de ambos. Enquanto a afeição avança, aprofunda-se mais. Portanto, nesta profundidade, observam-se duas manifestações, êxtase e atração. Por meio destas manifestações, alcança-se a paixão, e a paixão é conhecida como o caminho mais curto para chegar ao verdadeiro amor.
O ser humano moderno, consumista, começou a consumir também o amor. As dimensões do amor como admiração, afeição e paixão ficaram em segundo plano, enquanto o desejo ficou mais proeminente. O desejo é uma dimensão forte e mais sentida no corpo por todos, e a continuidade da nossa vida e da geração depende dele. E este sentimento tão forte se transformou em uma mercadoria infinita nas mãos dos mestres de marketing.
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Ele foi produzido repetidamente em diversas formas e revendido várias vezes. Neste comércio, o amor, que possui a profundidade de levar a Deus, se tornou uma meta vendida, comprada, desperdiçada e facilmente obtida. Portanto, este mercado causou o surgimento de diversos problemas.
O Alcorão chama nossa atenção para sete pontos principais sobre o desejo. O primeiro destes pontos é a relação entre homens e mulheres. O segundo é o amor para ter filhos. Depois vem o amor pelos objetos preciosos como ouro, prata e pelo dinheiro. Depois vem o amor pelos veículos de transporte, antes cavalos, hoje carros e outros meios. A relação humana com o amor se estende ao comércio, terrenos e casas.
Caso todas estas relações sejam bem compreendidas e utilizadas da maneira certa, isso nos leva à admiração, depois à afeição e paixão. Para tal, é necessário equilibrar o desejo pela razão. Senão o amor se transforma em prazer e começa o consumo além do essencial. Assim, tal consumo se estende até o autoconsumo ainda na juventude. Infelizmente, encontramos inúmeros indivíduos consumidos enquanto jovens.
Os problemas causados pelo mau uso do amor provocam uma espiral de problemas, e isso coloca o potencial humano em um conflito. O ser humano que combate consigo mesmo se adota como inimigo.
Infelizmente estamos observando demasiadamente as reflexões deste triste retrato na sociedade. O mais triste é que não temos soluções para tal. A solução destes problemas depende de nós terminarmos o nosso próprio conflito interno. A religião diz o seguinte para alguém assim: “Se você for firme para resolver este conflito, Deus perdoará todos os seus pecados e será como se você não tivesse cometido pecado nenhum”.
Tradução: Atilla Kus, Revisão: Mustafa Goktepe
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