Diálogos da Fé
Blog dedicado à discussão de assuntos do momento sob a ótica de diferentes crenças e religiões
Diálogos da Fé
A comunidade islâmica
O conceito de UMMA veio da experiência do governo de Medina onde reinou a tolerância e a amizade entre os povos


“E não disputem entre vos, por que assim os desanimareis e se perderia o vosso valor”
A comunidade islâmica esta unida pelo seu livro sagrado e sobre os pilares da fé.
O Alcorão guia a comunidade islâmica, ou Umma, e a dirige sob um conceito de unicidade ou Tauhid , reconhecendo que não há divindade a não ser Alá.
Na comunidade, o propósito da religião é a integridade do ser e estar de acordo com a Fitrah, ou natureza original da qual Alá criou o ser humano.
A UMMA deve se esforçar para a difusão das ideias islâmicas e recomendar o bem e proibir o mal ou o ilícito e difundir a mensagem a toda a humanidade.
Os princípios da UMMA são a unidade e que os muçulmanos cuidem uns dos outros, se protejam e se consultem. E não fomentar disputas e diferenças ente si que terminem por destruir todos seus esforços em lutas internas que a tornaria debilitada e uma presa fácil dos inimigos.
O Islã também nos proíbe transformar as diferenças ideológicas e jurídicas em sectarismos, ódios e inimizades que levem à destruição e fragmentação da comunidade.
“E não disputeis entre vós por que assim os desanimarias e se perderia o vosso valor.”
Na Umma de Medina, após a Hegira de 622, havia muçulmanos, judeus e pagãos e as regras eram a Constituição de Medina. Os diversos grupos mantinham suas tradições e não eram obrigados a se converter ao islã.
Esta forma de sociedade possibilitou unir as tribos divididas em quase toda a Arábia em uma comunidade que se uniu e se expandiu através do islã e sua tática de construir a unidade entre seus integrantes baseada em valores da unidade de Alá.
Nesta irmandade não importa raça, língua, gênero ou posição social.
Líderes como Bilal, o africano, companheiro do profeta, Salman, o persa, e muitos outros de várias partes que se somaram a este movimento e ajudaram a construir as bases desta unidade internacional .
Nos séculos XIX e XX, durante o período colonial europeu, o termo Umma se espalhou como um chamado à resistência e à necessidade de unir a Umma contra a presença europeia na região.
Sobre as questões de governança, a UMMA deve respeitar e apoiar aqueles governantes legítimos, para que desta forma não se dividam e se incrementem as decisões políticas e sociais que são as mesmas para a UMMA toda.
Leia também:
“Queimam-se os livros, mas não se queimam os espíritos”
Apropriação cultural: como apagar cores e esvaziar conteúdos
“Oh crentes, obedecei a Alá, seu mensageiro e aqueles dotados de autoridade entre voz”.
Além da Umma não proibir o culto das demais religiões, entre os muçulmanos também esta permitido seguir qualquer escola de pensamento islâmico, tanto xiita quanto sunita ou sufi.
Está permitido seguir qualquer escola de pensamento islâmico, tanto xiita quanto sunita ou sufi. Nem a religião de Alá nem sua lei xaria seguem ou se limitam a uma escola apenas.
Toda tem seus Muytahidin. Cabe a cada muçulmano decidir sua afinidade filosófica com esta ou aquela escola
A UMMA convoca os muçulmanos a ter consciência da urgência da unidade para mudar a sociedade na qual vivemos, os chama a olhar uns aos outros como irmãos e repudiar as diferenças secundárias, as falsas polêmicas e os fanatismos em nome de um ideal que está além dela mesma.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.