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Reforma trabalhista tende a inviabilizar a Previdência, diz estudo

Para cada trabalhador que deixa de ser assalariado para virar “empresa”, o sistema público perde 3.727 reais ao ano

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O trabalho intitulado “Reforma Trabalhista e Financiamento da Previdência Social: simulação dos impactos da pejotização e da formalização”, realizado pelos pesquisadores da Unicamp Arthur Welle, Flávio Arantes, Guilherme Mello, Juliana Moreira e Pedro Rossi,  simula os impactos do crescimento da pejotização e da formalização para a arrecadação da Previdência Social, considerando inalteradas as condições de remuneração e ocupação.

Tanto a pejotização, fenômeno no qual empregados com carteira de trabalho do setor privado que contribuíam no regime geral da Previdência migram para a contribuição do Simples ou MEI de acordo com sua faixa de renda, quanto a formalização são fenômenos frequentemente associados aos impactos da reforma trabalhista.

Como argumenta o estudo, “a legalização da terceirização irrestrita, a nova definição de trabalho autônomo, além da flexibilização das regras de contratação para trabalho intermitente, por tempo parcial e trabalho temporário tem o potencial de acelerar o processo de pejotização, já verificado nas últimas décadas no Brasil. Por outro lado, em decorrência da maior flexibilidade das regras trabalhistas, a reforma pode estimular a formalização de trabalhadores.” 

Dentre os principais resultados, calcula-se que a pejotização de 1% dos trabalhadores celetistas resulta em 1,5 bilhão de reais de perdas para a Previdência Social (em reais de 2015). No caso da formalização de 1% dos trabalhadores sem carteira, a arrecadação da Previdência aumenta em 118 milhões de reais.

O estudo ainda simula três cenários com combinações de formalização e pejotização da força de trabalho. No melhor cenário para a Previdência, essa deixa de arrecadar 4 bilhões de reais.

O exercício de simulação considera a contribuição previdenciária por faixa de renda, tanto dos assalariados quanto dos trabalhadores não assalariados e, para isso, faz uso dos dados do Anuário Estatístico da Previdência Social e de duas bases de dados com informações sobre o mercado e trabalho: os microdados da RAIS e PNAD anual, ambos para o ano de 2015.

Leia o estudo completo AQUI

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