Pois é, a Kodak, empresa fundada por mim, faliu. Era uma morte anunciada. Mas a concretização do fato serviu para simbolizar o fim de uma era e para espalhar pela imprensa uma profusão de frases de autoajuda empresarial do tipo “é preciso não se acomodar e apostar sempre na inovação”. Não sem razão. A câmera digital, um dos algozes do filme, foi inventada pela Kodak, mas naquela época a maioria dos lucros vinha da venda de produtos químicos utilizados nos filmes e os espertos executivos que estavam no comando ficaram com medo de atentar contra o próprio patrimônio.
Juntamente com as películas vai embora também uma série de vocábulos e expressões. Queimar o filme, bem na fita, tenho seu negativo, por exemplo, não farão sentido para as novas gerações. Letras de música terão de ser revistas para continuarem a ser apreciadas. O clássico da bossa nova, Desafinado, entre outros, terá de modificar seu mais conhecido verso para:
Fotografei você no meu smartphone
Instagrou-se sua enorme ingratidão
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