Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Vanessa Moreno chega ao 7º álbum com leveza e voz elevada

Cantora lança o disco Solar, com atmosfera dos anos 1980 e mais liberdade musical

Foto: Divulgação

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Vanessa Moreno coloca mais uma vez sua harmoniosa e ritmada voz a serviço da música. Solar é mais um sólido trabalho na discografia dessa ótima cantora.

Desta vez, o álbum reúne uma banda formada por Michael Pipoquinha (baixo), Felipe Viegas (teclados) e Renato Galvão (bateria) – todos fizeram arranjos e produção com Vanessa para realizar o trabalho. 

Vanessa ficou mais leve no formato. A cantora havia registrado quatro álbuns em duo: dois com baixo e dois com piano – o último lançado em 2021, quando também apresentou um disco com voz e violão somente dela. Agora, pôde avançar na sonoridade.

“É uma foto deste meu momento, que é um pouco mais livre musicalmente do que antes. Um pouco mais despida de deveres”, diz. “Trouxe para mais perto atmosferas que me permeiam e que fazem parte da minha construção, que não tinha colocado num disco meu, nunca tinha achado o momento de colocar. Não era retrato sonoro daquele momento”.

Vanessa Moreno prefere encarar seus trabalhos como algo do presente. “Por isso, não gosto de demorar muito para lançar um disco, uma música, porque a gente vai mudando, fica com uma inquietação depois de querer mudar aquilo”.

A atmosfera do álbum é dos anos 1980, do rock, do pop, mas também do jazz característico – ligado à improvisação – e as harmonias com batidas percussivas, que marcam sua trajetória. 


O disco abre com a faixa-título, Solar, música instrumental dela, preenchida com percussão vocal, marca da cantora – como execução impecável. “Sempre gostei muito de ouvir musica instrumental. Gosto de pesquisar nos meus instrumentos, que são a voz e o corpo, o que estava ouvindo nesses outros instrumentos”.

O grupo Barbatuques, Filó Machado, Leny Andrade, Tania Maria e Ella Fitzgerald são algumas de suas referências nesse campo. Outro exemplo do disco nessa habilidade instrumental com percussão de voz da cantora é a faixa Baexá pra Van (Michael Pipoquinha).

A segunda música do álbum é Pedra do Sal (Vanessa Moreno e Dani Gurgel), seguida de O Silêncio das Estrelas (Lenine e Dudu Falcão) com uma estupenda regravação. Depois, nova canção de Vanessa e Dani: Zimbadoguê

A quinta faixa é também regravação – com novos arranjos – de Coisas do Brasil (Guilherme Arantes e Nelson Mota), que remete à brasilidade musical da autora. O disco segue com Girassóis (Vanessa Moreno), numa outra ótima interpretação. Na sequência, Baexá pra Van (já citada), Ererrê (de Chico César) e regravação de Salabim (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro) com a participação da filha e jogo vocal com estilo.

É um disco para sentar, ouvir, sabendo que não vai perder tempo – é voz de qualidade nos ouvidos. Vanessa Moreno elabora para este ano um disco novo com o pianista Salomão Soares.

A artista tem seguido ainda com shows com o gigante Edu Lobo, a convite do próprio, para espetáculos com participação também de outra revelação (como ela): Ayrton Montarroyos. Experiente como poucos na música, Edu Lobo sabe se cercar.

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