Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Tribo de Jah completa 35 anos e líder da banda diz faltar espaço na mídia

Fauzi Beydoun, ícone do reggae, fala da tentativa de virar deputado na eleição passada e comenta os próximos passos do grupo

Foto: Meireles JR4/Divulgação
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A banda Tribo de Jah comemora 35 anos de estrada com um show em São Paulo. A apresentação será uma ação beneficente e os ingressos poderão ser adquiridos em troca de 1 kg de alimento não perecível no dia e local do evento – dia 24 de junho, às 22h -, que ocorre no Campo do Flamengo Vila Maria, no Jardim Andaraí, na capital paulista.

O show contará com intérpretes de libras – a ação tem tudo a ver com a banda, já que quatro de seus seis integrantes são deficientes visuais. O grupo, aliás, foi formado na Escola de Cegos do Maranhão.

Tribo de Jah é integrada pelo vocalista Fauzi Beydoun (guitarrista e compositor), por Aquiles Rabelo (baixista), João Rodrigues (baterista) Alexsandro Costa Enes (guitarra), Pedro Beydoun (guitarra e vocal) e Luan Richard (teclados).

“O momento da banda é bom. A gente tem se reinventado mantendo a essência. A gente está sempre criando coisa nova, embora nosso reggae seja de raiz. A banda se mantém fiel a sua proposta”, diz Fauzi Beydoun.

Durante a pandemia, a Tribo de Jah lançou o álbum de inéditas Até Que o Bem Triunfe no Final. O grupo já lançou no total 17 discos – e vem mais um por aí, com convidados. São regravações de clássicos com duas inéditas, com total de 12 faixas, com a participação de uma nova geração de músicos de reggae da Jamaica, Austrália e Inglaterra.

Segundo Fauzi, a ideia é criar fonogramas de músicas conhecidas da Tribo de Jah para colocar nas plataformas de música na internet. As composições estavam em registros fonográficos com direitos destinados às gravadoras, mas que agora podem ser regravadas pelo grupo livremente.

Fauzi explica que a banda vai no final do ano à Jamaica para gravar o disco com músicos locais, concluir o trabalho e lançá-lo. Ele adiantou que o álbum com convidados terá músicas de um dos discos mais conhecidos do grupo, Ruínas da Babilônia (1996).

“É uma banda independente que não tem acesso à grande mídia”, reclama. “Um grupo com quase 40 anos, que já viajou o mundo todo, ela merecia mais espaço”.

Política

Na última eleição, Fauzi Beydoun tinha sido candidato a deputado estadual pelo partido Rede no Maranhão. O músico disse que neste ano não sairá candidato.

“Foi muito decepcionante. Sai por um partido pequeno, sem recurso. Entrei numa roubada. Prometeram mundos e fundos. Marinheiro de primeira viagem. Foi uma campanha pífia”, lamentou.

“Se tivesse sido eleito, seria um ótimo deputado. Tinha vontade de servir. Queria usar o reggae como elemento de inclusão social no Maranhão. Existem muitos clubes que ficam ociosos durante a semana. São lugares no gueto. Queria estar lá, com projeto de inclusão da molecada”.

O músico vê a cultura como grande gerador de emprego e de estímulo à economia. “Estão sempre querendo priorizar certos segmentos da economia em detrimento de outros. O contingente de trabalhadores da cultura é muito grande”, afirma. “A cultura pode gerar inclusão também”.

 

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