Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Tico Santa Cruz espera fake news e guerra nas redes sociais antes da eleição

Banda Detonautas, do vocalista e compositor, lança disco mais leve que o anterior, que tinha forte teor político

Foto: Reprodução

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Os Detonautas surpreenderam ao lançar seu oitavo disco, chamado Esperança. O trabalho anterior, Álbum Laranja, apresentado ano passado, é carregado de crítica social e política.

“O álbum Esperança foi gravado no início da pandemia”, conta Tico Santa Cruz, vocalista e compositor da banda.

No começo, Tico fez alguns lives para arrecadar fundos para a sua equipe e ONGs. E, com um pouco mais de tempo, pôde se dedicar à composição. O disco Esperança foi feito nesse período, até julho de 2020.

Em agosto, ele compôs a música Carta ao Futuro, que tinha uma conotação política. “Enquanto todas as músicas que vinha compondo antes eram existenciais, falando de angústias, de questão da convivência”, diz.

Mas a música Carta ao Futuro trouxe uma polêmica ao grupo: se eles se embrenhariam no tema político ou não. “Abrimos uma votação para quem queria seguir com Carta ao Futuro, com críticas ao Brasil, ao governo, à forma que estavam conduzindo a pandemia, as fake news”.

Assim, acabou saindo o forte e crítico Álbum Laranja antes de Esperança, que é o que reúne canções feitas por Tico no início da pandemia e bem mais leves.


Esperança é um disco praticamente inédito. Tem um poema belíssimo do Bráulio Bessa musicado por Tico e a regravação de Amanhã É 23 (Paula Toller e George Israel). O disco de oito faixas fecha com um primoroso blues. O produtor do álbum é Marcelo Sussekind e o arranjador é Sérgio Villarim.

Bastante ativo nas redes sociais, onde dialoga com os internautas sobre questões políticas e sociais espinhosas, Tico Santa Cruz deu uma momentânea afastada delas.

“A partir de julho, a coisa vai ficar densa. Como sou um artista que se posiciona, já venho me desgastando há muito tempo. O meu recuo é para pegar fôlego e ver como a gente vai ter que agir mais próximo das eleições”, afirma. “Eu temo muito o que possa vir a acontecer no Brasil em relação às questões políticas que a gente está atravessando”.

“Espero que a gente consiga conduzir o processo democrático dentro das eleições de forma pacífica, embora a gente saiba que vai enfrentar fake news, conflitos, guerrilha nas redes sociais”, acrescenta.

Assista a entrevista na íntegra:

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