Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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‘Tecnomacumba é um manifesto’, diz Rita Benneditto sobre seu clássico álbum

A cantora já lançou um single neste início de ano. Em 15 de fevereiro, colocará pela segunda vez seu bloco na rua

‘Tecnomacumba é um manifesto’, diz Rita Benneditto sobre seu clássico álbum
‘Tecnomacumba é um manifesto’, diz Rita Benneditto sobre seu clássico álbum
Foto: Thais Gallart
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Rita Benneditto apresentou recentemente a música Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel), que fará parte do EP Elas Cantam as Águas (gravadora Galeão), a ser lançado em breve com as participações de Adriana Gennari, Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Zizi Possi e com músicas inéditas da dupla Ivan Lins e Vitor Martins.

Ela explica que a participação no projeto decorreu de um convite apresentado por Gabriel Martins, filho de Vitor. Ivan e Vitor eram donos da gravadora Velas, que lançou diversos discos de artistas em início de carreira, inclusive de Rita, em 1997 — à época, ela ainda assinava com o nome artístico de Rita Ribeiro.

Plenitude me chamou a atenção. A gente vive em um momento tão conturbado, muita coisa acontecendo, muita piração, muita loucura, muita desconexão”, diz, referindo-se ao fato de a canção exaltar a natureza. Além da voz de Rita, a gravação tem Thais Nicodemo no piano e Marco Lobo na percussão.

Rita Beneditto já lançou nove discos. Os três primeiros e o mais recente, com o maestro e violonista Jaime Alem, de 2022, são marcados por baladas.

“Eu sou uma cantora eclética. Nasci no Maranhão. Tenho uma vivência muito grande na cultura popular maranhense. Isso me formatou”, afirma. “Quando decidi ser cantora, já tinha uma mistura de tudo. Tanto da cultura popular quanto de MPB, com referências de rock e outros ritmos contemporâneos.”

O grande destaque de Rita Benneditto na música foi o projeto Tecnomacumba, que começou como um show, virou um disco em 2006 e ganhou um registro ao vivo em 2009. Ela ainda apresenta shows desse projeto, que inclusive tem um bloco de carnaval e uma exposição.

“Tecnomacumba é um manifesto de brasilidade no qual faço uma reverência à nossa ancestralidade. É uma coisa nossa que sempre foi colocada debaixo dos tapetes. São músicas falando de histórias ancestrais, da força da África em nossa cultura, na nossa estruturação a partir dos povos originários e africanos.”

Segundo a artista, as pessoas se identificam com o projeto por apresentar um ritual sagrado muito além do contexto religioso. Ela afirma ter conseguido unir músicas clássicas de MPB a pontos tradicionais recolhidos em terreiros de candomblé e ubanda para, na sequência, levar tudo isso à pista de dança e ao palco.

Rita diz que o projeto cresceu muito mais do que o esperado — no o ano passado virou também um bloco de carnaval. O desfile deste ano está marcado para 15 de fevereiro, às 17h, com concentração no Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro. O bloco conta com alas de exu, orixás e filhas de Gandhi, entre outras.

O projeto ainda gerou a exposição Cantos, Cores e Telas, do artista plástico Fernando Mendonça, que esteve em cartaz no Rio em 2024. A mostra conta com obras criadas pelo artista a partir dos shows Tecnomacumba.

Assista à entrevista de Rita Benneditto a CartaCapital:

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