Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Sanfoneiro Pablo Moura celebra em seu trabalho o ‘power trio’ brasileiro
Novo álbum instrumental, intitulado ‘De Pernambuco para o Mundo’, é composto por oito faixas inéditas
O pernambucano Pablo Moura, sanfoneiro, arranjador e compositor, faz da tradição nordestina o ponto de partida para sua música instrumental. Em 2022, lançou o EP Forró do Moura: De Pernambuco para o Mundo. Agora, reafirma essa verve autoral com um novo álbum instrumental, também intitulado De Pernambuco para o Mundo, composto por oito faixas inéditas.
“Há algum tempo venho acompanhando outros artistas e sempre aflora essa necessidade de jogar para o mundo minhas composições”, conta.
Nascido em Cabo de Santo Agostinho, Moura mudou-se para São Paulo aos seis anos. Aos 29, e com 15 de estrada empunhando a sanfona, diz carregar as raízes como bússola. “Tento mostrar no novo disco minhas influências. Tem baião, forró, frevo, samba”, explica.
A relação com a sanfona nasceu quase por acaso. “Ninguém da minha família tocava sanfona. Surgiu de uma curiosidade”, lembra. A primeira experiência musical foi com o cavaquinho, no Projeto Guri, aos 10 anos. Um ano depois, já dedilhava a sanfona emprestada por um amigo da mãe, e não largou mais o instrumento.
A trajetória profissional deslanchou no convívio com Flavio Lima, cantor, percussionista de triângulo e parceiro de Dominguinhos. “A gente era vizinho. Foi ele que me colocou para tocar”, recorda. Hoje, Moura integra a banda de Oswaldinho do Acordeon, sua grande referência, com quem já excursionou pelo exterior. Também acompanha Anastácia, a Rainha do Forró, e Daniel Gonzaga, além de manter parcerias como compositor com nomes como Zeca Baleiro, Mari Merenda e Danilo Moraes.
Nesse caminho, um princípio permanece inegociável: a espinha dorsal do forró. “Manter a base com zabumba, triângulo e sanfona é fundamental. É o power trio brasileiro. Dá para tocar tudo com essa formação”, afirma. E completa: “Posso até colocar elementos novos nas músicas e nos arranjos, mas é sempre importante reafirmar a base. É mostrar de onde eu vim, quem eu sou. O tempo passa, mas a essência tem que estar ali.”
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