Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Quero que o Brasil entenda a potência da MPB feita na Amazônia, diz Manoel Cordeiro

Exposição, filme, workshop, painel e show detalham no Rio de Janeiro e em São Paulo a obra do artista paraense

Quero que o Brasil entenda a potência da MPB feita na Amazônia, diz Manoel Cordeiro
Quero que o Brasil entenda a potência da MPB feita na Amazônia, diz Manoel Cordeiro
Foto: Divulgação
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O multi-instrumentista, compositor e produtor Manoel Cordeiro, ícone da guitarrada, acreditava que depois da explosão da lambada, do brega, do carimbó e do tecnobrega, a região Norte finalmente seria reconhecida como um polo musical importante no País.

Houve, segundo ele, uma “grande barulheira” nos anos 1980 e 1990. “Mas não deu”, lamenta. Agora, afirma ser o momento de retomar a discussão sobre a relevância da música popular brasileira da Amazônia.

Ele assinou um manifesto, lançado em novembro de 2024, intitulado MPB Feita na Amazônia. “As diversas vertentes artísticas que brotam como afluentes desse imenso rio cultural sustentam o argumento de que há uma música vibrante, autêntica e potente na Amazônia”, diz um trecho do documento.

Segundo Cordeiro, o manifesto serve para “cristalizar o movimento coletivo, porque se agirmos juntos, teremos mais força”. Neste ponto, ele alerta para a necessidade de os artistas da região se unirem a fim de fortalecer a arte amazônica.

Manoel Cordeiro, prestes a completar 70 anos, quer aproveitar a COP30, de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), para revigorar as propostas do manifesto.

Antes, levará o tema a um evento no Rio de Janeiro e em São Paulo que exalta o seu trabalho na música, iniciado aos 12 anos.

No Rio de Janeiro, a Ocupação Manoel Cordeiro acontece no Kingston Club, na Lagoa, em 11 de abril. A programação começa às 14h com o workshop Guitarras Amazônicas, ministrado por Manoel Cordeiro. Às 15h, haverá o painel MPB Feita na Amazônia, no qual o músico discutirá o manifesto. Às 16h, será a vez da exibição do documentário Luz do Mundo (2023), sobre a vida e a obra de Cordeiro.

Nesse dia, será possível conferir também a inédita exposição Um Norte Musical, com fotos, vídeos, instrumentos e objetos ligados à história do músico.

Para fechar a programação, às 19h30, Manoel Cordeiro sobe ao palco para apresentar um show especial, acompanhado pela banda Sonora Amazônia, com a participação do cantor e guitarrista Davi Moraes, de seu filho e multiartista Felipe Cordeiro e das cantoras e compositoras paraenses Liah Soares e Évila Moreira. Depois, o DJ Figueroas levará à pista ritmos amazônicos.

Em São Paulo, em 17 de abril, a mesma programação estará disponível na Casa de Francisca. O projeto é fomentado pela Bolsa Funarte de Música Pixinguinha 2023. A curadoria é de Évila Moreira.

“O principal elemento da música da Amazônia é a fusão”, enfatiza Manoel Cordeiro. Dessa junção, que reúne ritmos do Caribe, indígenas, afro-brasileiros e contemporâneos, resultaram diversos gêneros na região, como marabaixo e batuque (AP), toada e beiradão (AM), carimbó e tecnobrega (PA), bumba meu boi (MA) e baque do Acre (AC).

“Quero que esses gêneros sejam reconhecidos como parte da Amazônia, assim como o samba está para o Rio de Janeiro, o maracatu para o Recife e o axé para Salvador”, finaliza.

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