Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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PC Silva ‘dá notícias’ em um novo disco de seu rico universo musical, do Pajeú ao urbano

O cantautor é mais um artista que se sobressai da mostra Reverbo, o mais importante coletivo de músicos surgido nos últimos anos no País

PC Silva ‘dá notícias’ em um novo disco de seu rico universo musical, do Pajeú ao urbano
PC Silva ‘dá notícias’ em um novo disco de seu rico universo musical, do Pajeú ao urbano
Foto: Sidarta
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Ele nasceu em Serra Talhada, interior de Pernambuco. A região chamada Sertão do Pajeú é de cultura marcante por causa da poesia oral expressa por seus cantadores.

“Cresci ouvindo aquilo tudo. Costumo dizer, quando me perguntam o que ouvi quando criança, que não vim de nenhuma música específica, mas da musicalidade, que depois entendi que é a fala arrastada, cantada”, diz a CartaCapital Paulo César Silva, mais conhecido como PC Silva.

“É exatamente esse jeito metrificado de falar que foi ficando impregnado na gente, com toda essa riqueza. Isso vem a ser importante nesse disco, falando dessa possibilidade de um Pajeú não tão demonstrado como se costuma mostrar no baião, no forró, no xaxado.”

Após quase 20 anos morando em Serra Talhada, PC Silva se mudou para o Recife. Na capital pernambucana, integrou o grupo Bandavoou. Lançou seu primeiro disco, Amor, Saudade e Tempo, em 2020. Agora, apresenta seu segundo álbum autoral, chamado Me Dê Notícias do Universo.

“O universo do Pajeú está exposto nas faixas do disco. Tem muita referência ao Pajeú tradicional, mas também a outras possibilidades e universos possíveis”, ressalta ele, que deixa transparecer no disco suas influências urbanas.

O novo álbum, de 11 faixas, tem as participações de Zeca Baleiro, Juliana Linhares, Marcello Rangel, Ezter Liu e Joana Terra, com a produção de Juliano Holanda.

“Marcello Rangel é um parceiro de longo tempo. Ele divide a composição e canta comigo a música Sinto que Estou Bem”, diz. “Juliana Linhares é maravilhosa, nordestina incrível.” Com a cantora potiguar, ele faz um duo em Arrodeios.

Com a poeta e escritora da Zona da Mata pernambucana Ezter Liu, PC Silva divide Beira de Mar. “A canção fala de um futuro distópico, que se aproxima cada vez mais das notícias que temos recentemente sobre a geopolítica.”

Já com Zeca Baleiro, PC Silva compartilha na voz Lambada Exuberante, uma composição de ambos. Joana Terra toca violão na canção que divide com o cantautor, chamada Águas de Lembrança. O produtor Juliano Holanda tem duas músicas assinadas com PC Silva no disco.

PC avalia que o seu primeiro álbum tem uma linguagem mais direta. “As músicas desse (novo) disco são de coisas subjetivas”, compara.

Ele integra a mostra Reverbo, o mais importante coletivo de música surgido no País nos últimos anos, que já alçou à cena nacional artistas como Martins e Almério.

“A Reverbo não é o trabalho principal de ninguém. Todo mundo tem suas carreiras. A Reverbo é uma âncora, é quase como se fosse uma congregação do trabalho que cada um vem fazendo ao longo de suas carreiras”, explica. “Somos quase 30 artistas, entre compositores, compositoras, cantoras, intérpretes, dos mais diversos lugares da música, do pop ao regional.”

Em 28 de novembro, PC Silva lança seu novo álbum na capital paulista, no Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149). O compositor já teve suas músicas gravadas por artistas como Ney Matogrosso, Mariana Aydar e Simone.

Assista à entrevista de PC Silva a CartaCapital:

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