Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Pastoras do Rosário dedicam-se à música como história e inserção à vida

Grupo surgiu do coral de uma igreja centenária em São Paulo, construída pela Irmandade dos Homens Pretos

Pastoras do Rosário dedicam-se à música como história e inserção à vida
Pastoras do Rosário dedicam-se à música como história e inserção à vida
Foto: Cassandra Mello/Divulgação
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A Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França é uma bicentenária edificação erguida pela Irmandade dos Homens Pretos, localizada na Penha, Zona Leste de São Paulo. Em torno dela formou-se uma comunidade com o objetivo de manter as raízes afrodescendentes do local.

Do coral da Igreja ali existente surgiu em 2017 um conjunto de cantadoras. Nos acontecimentos realizados pela comunidade, a roda de samba no Largo do Rosário, onde fica a igreja, foi a principal fonte de estímulo para que mulheres, com mais de 60 anos, formassem o grupo Pastoras do Rosário.

Um webdocumentário de dois episódios (com o total de 33 minutos), gravado em dezembro e janeiro últimos, e lançado pelo portal do Sesc Digital, conta um pouco da história desse grupo de oito mulheres negras formadas a partir da Comunidade do Rosário dos Homens Pretos da Penha.

A inserção da música na vida dessas mulheres tem papel indutor de reconhecimento e proximidade com a ancestralidade – e a enorme contribuição negra à construção da cultura brasileira.

As mulheres rememoram a origem nada fácil. Mas cantam, se libertam, dão continuidade às suas heranças e valores. “Nebulosa” no título tem a ver com “berço das estrelas” no qual também é conhecida a palavra. As Pastoras do Rosário seriam o renascimento e perpetuação do legado como um corpo celeste.

As Pastoras do Rosário são Carla Lopes, Dona Margarida, Lara de Jesus, Marlei Madalena, Neuza de Lima, Sandrinha do Rosário, Sol Majestade e Wilma Ayó. O projeto tem a direção de Renato Gama e Cassandra Mello. Gama, que é músico, compositor e produtor ligado à cultura africana no Brasil, foi quem reuniu o grupo de mulheres para desenvolver o projeto na Penha.

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