Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Música: Streaming domina receita de gravadoras, enquanto CDs e DVDs correspondem a 1%

Relatório da indústria fonográfica relaciona as 200 músicas mais tocadas nas plataformas de música em 2022 sem nenhum artista da MPB

Imagem: Reprodução

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A associação da indústria fonográfica brasileira, a Pro-Música, que tem como associadas as 3 maiores gravadoras do mundo – Universal, Sony e Warner -, aponta que o mercado fonográfico brasileiro faturou 2,5 bilhões de reais em 2022, um crescimento de 15,4% em relação ao ano anterior. 

Com o resultado, o Brasil passou da 11ª para 9ª indústria de música do mundo no ranking da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, da sigla em inglês). O relatório do setor brasileiro foi divulgado nesta terça 21.

A indústria quase dobrou o faturamento entre 2019 e 2022, o que comprova o impulso do setor durante a pandemia e a retomada do mercado pelas gravadoras, desta vez com geração de receita majoritariamente nas plataformas digitais – elas representam 86,2% do total das receitas em 2022 ou 2,2 bilhões de reais (pouco mais da metade dessa receita vem de assinaturas de plataformas sob demanda, tipo Spotify, Deezer etc.).

Pela primeira vez, talvez na história da indústria fonográfica brasileira, já que não há como se afirmar por falta de dados, as receitas de vendas físicas – CDs, DVDs e discos de vinil – representaram apenas 0,5%, ou 11,8 milhões  de reais do total do faturamento do setor (a queda foi de 3% em relação a 2021 nesse item), segundo o relatório da Pro-Música. O streaming passou a ser predominante na receita da indústria em 2015 e só cresceu de lá para cá, de acordo com dados do setor. 

O relatório da Pro-Música apresenta também as 200 músicas brasileiras mais tocadas nas plataformas de streaming em 2022. Entre os gêneros estão sertanejo, rap, trap, funk, forró eletrônico, pop, música eletrônica, pagode (por vezes, alguns desses ritmos misturados), mas não há artistas ligados genuinamente à MPB e ao samba. Músicas internacionais e infantis também figuram na lista.

Segundo Paulo Rosa, presidente da Pro-Música, há seis anos que streaming cresce no Brasil acima da média mundial, tornando-se principal modelo de negócio do setor fonográfico.


O executivo disse ainda que “o modelo atual do streaming favorece o surgimento de uma diversidade enorme de artistas dos mais variados gêneros musicais”.

Leia o relatório completo:

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