Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Lívia Mattos lança seu 3° álbum com sonoridades nada óbvias, mas sem perder a tradição

O novo trabalho consolida a acordeonista baiana como uma artista como inventiva e versátil

Lívia Mattos lança seu 3° álbum com sonoridades nada óbvias, mas sem perder a tradição
Lívia Mattos lança seu 3° álbum com sonoridades nada óbvias, mas sem perder a tradição
Foto: Tiago Lima
Apoie Siga-nos no

A cantora, compositora e acordeonista baiana Lívia Mattos lança seu terceiro álbum, Verve, para concluir uma triologia iniciada com Vinha da Ida (2017) e Apneia (2022).

“O último traz essa sanfoneira que transita pelo mundo”, afirmou, em entrevista a CartaCapital. O disco apresenta músicas que consolidam esse movimento permanente da artista ao longo da carreira. “Comecei a tocar no circo, que tem uma linguagem estética muito diferente. Depois, toquei forró à noite e em trabalhos autorais de outras pessoas.”

Ela acompanhou Chico César por oito anos. Com o tempo, porém, focou em seu trabalho autoral, apostando em novas sonoridades. 

Em Verve, a sonoridade é de power trio, com sua sanfona acompanhada da tuba de Jefferson Babu e da bateria de Rafael dos Santos. “A gente tem criado uma linguagem de trio muito autêntica.”

Lívia afirma que, por ser uma sanfoneira nordestina, as pessoas esperam mantê-la “na caixinha do forró”. Diz, porém, que conseguiu não ser associada apenas a esse gênero, mas a um trabalho baseado em experimentação.

“Sou a sanfoneira da canção, do instrumental, que brinca com sonoridades não óbvias, mas também gosta de onde o pé está fincado. Fico muito feliz com essa consolidação de linguagem.”

O álbum Verve (YB Music) dedica três das dez faixas ao forró, mesmo com a ideia de apresentar um trabalho sonoro mais amplo.

Na busca pela universalidade, o álbum apresenta em Caucaia um diálogo da sanfoneira com a voz da indiana Varijashree Venugopal. Com Em Ndoukahakro, ela relembra sua passagem pela Costa do Marfim, com a participação da senegalesa Senny Camara.

Em seu novo disco, Lívia Mattos mostra inventividade e versatilidade, caminhando livre por outras sonoridades proporcionadas pelo acordeom.

“(A sanfona) é minha máquina de respiro, minha caixa de música, meu escudo, minha arma, minha proteção, minha paz e minha guerra — e meu carma, que é carregar esse peso e transformar em leveza.”

Em 26 de setembro, ela lançará Verve no Sesc Santana, na capital paulista, com a participação do também acordeonista Toninho Ferragutti. 

Assista à entrevista de Lívia Mattos a CartaCapital:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo