Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Leoni: ‘A gente já sabe que 2023 vai ser melhor do que 2022′

Artista, que lança novo projeto após se aprofundar na Semana de Arte Moderna, diz que governo Bolsonaro promove uma devastação em vários setores

Foto: Divulgação

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Leoni aproveitou a pandemia para se aprofundar na Semana de Arte Moderna, que completou 100 anos em fevereiro. Dos estudos, saiu seu novo projeto musical, bem diferente do seu início de carreira, no Kid Abelha, ou até mesmo vocalista do Heróis da Resistência. Em nada se assemelha, também, com o seu trabalho solo mais reflexivo. 

“A Semana da Arte Moderna é muito na contramão do que a gente está vivendo. A gente queria ser moderno e tem uma onda conservadora, quase antimodernista, de ataque à cultura e à racionalidade”, afirma.  “Coisa tradicionalista do governo Bolsonaro”.

De suas leituras, conheceu a quebra de paradigmas proposta pela Semana de 22 e a valorização da cultura. “A gente vem sendo muito desvalorizado, como se a cultura fosse uma perfumaria, de gente que não sabe o que está acontecendo no mundo”, afirma. 

O artista prega a volta da liberdade e a arte como alternativa ao padrão vigente. O projeto tem o nome de Vem Alegria. “É um show conceitual da alegria. A arte como outra possibilidade”, conta.

O projeto sai em formato de show sem julho. Uma canção já foi lançada, Defesa da Alegria, que foi feita a partir do poema Defesa de la Alegría, do uruguaio Mário Benedetti. 

Outros singles inéditos serão lançados antes do show presencial, inclusive um samba com Francis Hime. Leoni conta que trabalha ainda numa música em cima de uma poesia de Torquato Neto.


A apresentação terá interlúdios com poemas e será dividida em blocos, sendo o último em homenagem ao carnaval. Na ocasião, lançará também um e-book com o diário que escreveu num dado momento da pandemia.

Leoni relançou Letra, Música e Outras Conversas (1996), no qual entrevista compositores de sua geração. Além de um longo prefácio do músico contextualizando o momento, o livro reeditado traz textos de Caetano Veloso, de Nando Reis e do poeta e roteirista Marcelo Montenegro.

“A gente vinha de uma falta de esperança total. As coisas que vêm acontecendo neste governo em relação à cultura, meio ambiente, educação, ciência, combate à pobreza, direitos humanos. É uma devastação”, diz. “Hoje, a gente já sabe que 2023 vai ser melhor do que 2022, pelo menos nesse campo político”. 

Assista a entrevista na íntegra:

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