Lan Lanh já tocava bateria quando viu uma apresentação da neta da Mãe Menininha do Gantois, Mônica Millet, conhecida percussionista entre os artistas baianos do primeiro time na época. Foi a partir daí que ela despertou para os tambores e as inúmeras possibilidades da percussão.
“Não larguei as baquetas (da bateria), mas deixei um pouco de lado quando vi a Mônica tocando com as mãos. Eu me encontrei nos tambores”, diz. “A gente não pode falar da cultura brasileira sem dizer dos tambores, da percussão, dos ritmos”.
A soteropolitana então se lançou fortemente na percussão, universo predominantemente masculino. Nos anos 1990, passou a tocar com o mainstream aqui e no exterior.
Em uma das viagens, ainda no começo de carreira, conheceu o cajon, instrumento de percussão de origem peruana com formato de caixote de madeira. Lan Lanh levou o instrumento para o palco, inclusive quando acompanhou Cássia Eller – aliás, foi na banda da falecida cantora que a percussionista ganhou projeção.
Hoje, Lan Lanh compõe a banda de Maria Bethânia. “Um sonho de vida”, conta. Ela acompanha a intérprete desde maio e, em paralelo, realiza seus projetos solos em meio aos cuidados com as filhas gêmeas, que nasceram no ano passado e são frutos do seu relacionamento com a atriz Nanda Costa. A percussionista tem alguns álbuns solos e em grupo, e também desenvolve projetos como produtora.
“Estou com a esperança no futuro. Estamos agora dando essa virada. A gente precisa retomar este País, o amor pela cultura”, afirma. “Não dá para pensar num governo que não tem o seu pensamento na proteção ao meio ambiente, à valorização da cultura e da educação”.
“Penso que a gente pode retomar o futuro, que está cada vez mais próximo. Não tenho inocência: a gente vai pegar um País muito desigual. Vai ser muito duro”, avalia, complementando que vê no candidato à frente das pesquisas “pensamento de cuidar da desigualdade, da educação, da cultura e do meio ambiente”.
Assista a entrevista de Lan Lanh a CartaCapital na íntegra:
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