Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Lan Lanh: ‘A gente pode retomar o futuro’
Percussionista, além de cantora e compositora, afirma ainda que ‘não se fala da cultura brasileira sem dizer dos tambores’


Lan Lanh já tocava bateria quando viu uma apresentação da neta da Mãe Menininha do Gantois, Mônica Millet, conhecida percussionista entre os artistas baianos do primeiro time na época. Foi a partir daí que ela despertou para os tambores e as inúmeras possibilidades da percussão.
“Não larguei as baquetas (da bateria), mas deixei um pouco de lado quando vi a Mônica tocando com as mãos. Eu me encontrei nos tambores”, diz. “A gente não pode falar da cultura brasileira sem dizer dos tambores, da percussão, dos ritmos”.
A soteropolitana então se lançou fortemente na percussão, universo predominantemente masculino. Nos anos 1990, passou a tocar com o mainstream aqui e no exterior.
Em uma das viagens, ainda no começo de carreira, conheceu o cajon, instrumento de percussão de origem peruana com formato de caixote de madeira. Lan Lanh levou o instrumento para o palco, inclusive quando acompanhou Cássia Eller – aliás, foi na banda da falecida cantora que a percussionista ganhou projeção.
Hoje, Lan Lanh compõe a banda de Maria Bethânia. “Um sonho de vida”, conta. Ela acompanha a intérprete desde maio e, em paralelo, realiza seus projetos solos em meio aos cuidados com as filhas gêmeas, que nasceram no ano passado e são frutos do seu relacionamento com a atriz Nanda Costa. A percussionista tem alguns álbuns solos e em grupo, e também desenvolve projetos como produtora.
“Estou com a esperança no futuro. Estamos agora dando essa virada. A gente precisa retomar este País, o amor pela cultura”, afirma. “Não dá para pensar num governo que não tem o seu pensamento na proteção ao meio ambiente, à valorização da cultura e da educação”.
“Penso que a gente pode retomar o futuro, que está cada vez mais próximo. Não tenho inocência: a gente vai pegar um País muito desigual. Vai ser muito duro”, avalia, complementando que vê no candidato à frente das pesquisas “pensamento de cuidar da desigualdade, da educação, da cultura e do meio ambiente”.
Assista a entrevista de Lan Lanh a CartaCapital na íntegra:
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