Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Ensaio resgata a importância do violonista Paulinho Nogueira para a música
O artista gravou quase 30 álbuns, desenvolveu um método próprio de tocar violão e integrou a turma da bossa nova de São Paulo


Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira, o Paulinho Nogueira, mudou-se aos 25 anos de Campinas (SP), onde nasceu, para a capital paulista. O plano naquele 1952 era ser desenhista, mas dois anos depois ele foi tocar na noite paulistana com seu violão, instrumento com o qual demonstrava habilidade desde a infância.
A Voz do Violão, seu primeiro álbum, lançado em 1958, foi um trabalho de intérprete. No segundo, começou a apresentar suas composições em gravações fonográficas. Posteriormente, formaria parcerias com expoentes como Paulo César Pinheiro, Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini.
Foram quase 30 discos lançados na carreira, com um modo próprio de tocar violão.
O ensaio biográfico Paulinho Nogueira, Simplesmente (Editora Acorde & Editora Hedra; 160 págs.), de Marcos Martins e Vitor Nuzzi, é um texto expositivo sobre o cantor, compositor e violonista responsável por sucessos como Menina, Bachianinha n°1 e Simplesmente.
Na quarta-feira 27, às 19h, haverá o lançamento da obra na livraria Megafauna, na Avenida Ipiranga, 200, loja 53, no centro de São Paulo.
O livro tem um tom de homenagem a um músico pouco lembrado, que deu aulas de violão para figuras que passariam a circular com desenvoltura, como Toquinho.
Paulinho Nogueira se enquadra na lista dos paulistas ligados à bossa nova, como Theo de Barros, Pedrinho Mattar e Walter Wanderley. Sua discografia tem diversas gravações de compositores bossanovistas.
Violonista sutil e delicado, não usava a unha para tocar as cordas, o que proporcionava um som bem mais suave. Com técnica apurada, criou um método de tocar violão.
Paulinho Nogueira chegou a desenvolver a craviola, um tipo de violão com uma caixa de ressonância sem a curvatura na parte superior, proporcionando uma área maior de vibração do som. Ela passou a ser fabricada pela Giannini e usada por artistas aqui e no exterior.
O livro reforça a conclusão de que o País tem muito mais violonistas notáveis do que se imagina.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Hamilton de Holanda celebra 50 anos com turnês internacionais e homenagem no Lincoln Center
Por Augusto Diniz
Fabiana Cozza celebra 30 anos de carreira com novo disco que amplia fronteiras do samba
Por Augusto Diniz
Livro analisa a dimensão filosófica da obra de Nelson Cavaquinho, Cartola e Carlos Cachaça
Por Augusto Diniz