Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Em novo trabalho, Ana Cañas faz tributo a Belchior: ‘Está mais vivo do que nunca’

A cantora detalha a relação com a obra do músico que faleceu em 2017: ' Exige coragem, entrega, verdade, paixão à flor da pele'

Foto: Marcus Steinmeyer/Divulgação

Apoie Siga-nos no

A cantora e compositora Ana Cañas observava que, sempre que interpretava em seus shows a música Alucinação, de Belchior, ela e a plateia se emocionavam muito. Então, na pandemia, resolveu fazer uma live com canções do músico para ajudar alguns amigos, que passaram a vender seus instrumentos de trabalho para sobreviver.

“Foi um divisor de águas na minha vida e na minha carreira, porque recebi muitas mensagens das pessoas, dos fãs do Belchior, dos meus fãs”, diz Ana em conversa com a coluna.

A partir daí, a artista mergulhou na densa obra do ídolo, falecido em 2017. “O Belchior é uma zona abissal. Exige coragem, entrega, verdade, paixão à flor da pele”, acrescenta sobre a pesquisa que fez do cantor e compositor.

O estudo da obra do cearense de Sobral desaguou no álbum Ana Cañas Canta Belchior, sexto disco de estúdio da artista e o primeiro dela como intérprete. “O Belchior está mais vivo do que nunca”, declara. “Ele tem uma relação com literalidade maior do que com a música em si e tinha uma biblioteca vasta, falava cinco línguas. A relação dele com as coisas é muito pela palavra, pela ideia, pela filosofia”. 

Ana Cañas conta que os relatos sobre Belchior mostram um músico com extremo interesse nas pessoas, o que explicaria a atração que o músico desperta.

A cantora gravou no início de julho um DVD ao vivo do tributo a Belchior, que deve sair em novembro. “Quando o Brasil mudar”, diz sobre a data de lançamento, que será após as eleições. Segundo ela, o trabalho sai bem mais emotivo do que o álbum. Uma música inédita do Belchior, cedida pela família, foi registrada no DVD.


“A arte é maior do que a política. E Belchior falou isso numa entrevista no Pasquim”, lembra. “Faltam menos de três meses para eleição e espero que as pessoas tenham aprendido com tanta dor”, afirma. Para ela, o grande legado desses últimos quatro anos “é a importância do voto”.

Assista a entrevista de Ana Cañas a CartaCapital na íntegra:

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.