Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Em novo álbum, Tim Bernardes sublima a música com leveza e sonoridade

Artista mostra porque é um dos grandes cantores e compositores do momento

Foto: Marco Lafer-Isabela Vdd/Divulgação
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Tim Bernardes traz no álbum Mil Coisas Invisíveis leveza e sonoridade à altura do destaque que tem recebido como um dos grandes músicos do momento. Um trabalho original, com composições fluindo com a interpretação.

“Não sou um compositor que sento e faço várias músicas e depois escolho. Eu só continuo a compor quando vejo que tem algo me movendo”, diz o cantor e compositor. “Meu trabalho pega mais no íntimo ou no mais amplo. Queria fazer um disco bonito, que tem a ver com beleza, que se tenha vontade de ouvir, especialmente nestes tempos turbulentos, rápidos, frenéticos. Um respiro”.

As 15 faixas do disco recém-lançado nas plataformas de streaming de música trazem sensações, canções de amor e contemplação, tudo com densidade e sonoridade – e um equilíbrio musical raro.

“As músicas são ligadas às estâncias mais profundas”, diz. “Gosto da ideia que ele (o álbum) soe diferente, uma cara própria”.

Autoprodução

Todas as composições são de Tim Bernardes. No disco, ele faz também os arranjos, a produção e a direção. Ainda tocou piano, violão, bateria, baixo e percussões.

Por conta de participar de todas as etapas do disco, Tim afirma que isso virou extensão do processo artístico. “Não sou compositor só da canção, mas do fonograma”, resume.

Tim Bernardes conta que os últimos anos da carreira foram essenciais para se chegar ao bom resultado de Mil Coisas Invisíveis.

Sobre a turnê de seu trabalho solo, o Recomeçar (2017), ele relata que foi a primeira vez como cantor e compositor tocando sozinho. “Isso abriu espaço para performance vocal, me soltar. Foi um aprendizado grande”, comenta.

A gravação do disco do grupo O Terno (lançado em 2019), do qual ele faz parte e já tem quatro álbuns lançados, foi também um aprendizado importante já que ele foi o produtor.

“De lá pra cá eu pude ganhar mais experiência. Nesse tempo, foi também quando fiz coisas com (Maria) Bethânia, Gal (Costa) – as duas gravaram composições de sua autoria – e Erasmo Carlos (foi parceiro em música gravada por Alaíde Costa). Gente que sempre admirei”, descreve.

Influências

A música dos anos 1960 e 70 (cita-se Tropicália, Mutantes, Clube da Esquina) fizeram a cabeça de Tim Bernardes. “É um tipo de música que tem muita experimentação, ideia, exploração de timbre. E ela soa contemporânea”, diz.

As bandas do final dos anos 1960, como The Beatles e The Beach Boys, também o influenciaram, assim como a galera do indie music contemporâneo – sua música tem influências fortes do gênero -, como Devendra Banhart, Fleet Foxes, Grissly Bear e Dirty Projectors.

Inclusive, com a Fleet Foxes, ele participará neste meio do ano dos shows de abertura de 17 apresentações da banda em uma turnê nos Estados Unidos. Na volta, faz lançamento no Brasil do novo disco.

O álbum Mil Coisas Invisíveis sai pela Coala Records no Brasil e pelo selo americano Psychic Hotline nos demais países. Trata-se de um trabalho luminoso.

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