Augusto Diniz | Música brasileira
Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.
Augusto Diniz | Música brasileira
Doc premiado com os anárquicos Hélio Oiticica e Jards Macalé está disponível; saiba como assistir
O curta-metragem trata do convívio dos dois artistas nos anos 1970
Macaléia ganhou prêmios neste ano no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e no 31º Festival de Cinema de Vitória. No Prêmio Grande Otelo 2024, um dos principais do cinema, foi finalista ao lado de quatro obras.
O curta-metragem de Rejane Zilles é, de fato, um filme virtuoso. Ele participa do 35º Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo e pode ser visto gratuitamente no Sesc Digital até este domingo 8.
O filme aborda o convívio nos anos 1970 entre o cantor e compositor Jards Macalé e o artista plástico e performático Hélio Oiticica. Duas figuras anárquicas da arte, atuavam com experimentalismo e criatividade.
O título do filme se refere ao modo como Hélio chamava Macalé. O documentário tem como fio condutor uma grande festa em 1978 promovida pelo músico, que contou com a ambientação (e a ousadia) de Oiticica.
Macalé conta as andanças de Oiticica, um artista livre como ele, além de experiências musicais em conjunto. O filme também destaca a irreverência de ambos.
Da festa inicial o curta volta ao primeiro trabalho da dupla: um show de Gal Costa em 1970 no qual Hélio Oiticica fez a cenografia e Jards Macalé cuidou da direção musical.
É interessante observar no filme como se desenrolam o processo criativo e as reflexões sobre a música, o que explica muito bem a carreira de Jards Macalé – que está aí, ativo, lançando discos e fazendo shows.
É um filme com boas imagens e bons cortes da época, além de depoimentos curiosos de Macalé sobre o amigo. Um projeto cinematográfico sem grandes ambições, mas bem resolvido com relação à mensagem que quer transmitir ao espectador.
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