Curtas expõem relações sociais e afetivas construídas a partir do disco de vinil

Uma loja de discos de vinil é muito mais que um comércio: é um ponto de referência para amantes da música e de histórias. Discoterra (2025, 30 min), de Gustavo Aquino dos Reis, Daniel Wierman e Arnaldo Robles, e Antonio e Manoel (2024, 15 min), de Zeca Ferreira, apresentam a temática de um ponto de vista bem peculiar.

Os dois minidocumentários fazem parte da programação do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, o principal do País no segmento, que realiza a sua 17ª edição até 22 de junho. É possível assistir aos filmes online e de graça: Discoterra no Itaú Cultural Play e Antonio e Manoel no Spcine Play.

Discoterra vai do interior da Bahia à capital mostrando lojas e colecionadores de discos de vinil — começando na região do Monte Pascoal.

Inspirado no livro O Turista Aprendiz (1929), de Mario de Andrade, Discoterra abre com indígenas de Cumuruxatiba. Aqui, a ideia é fazer a conexão dos povos originários com o Brasil atual.

Permeado por micro-histórias, o filme passa por lojas e colecionadores de discos baseados em Porto Seguro, Ilhéus, São Felix (Recôncavo Baiano), Feira de Santana e Salvador. Os personagens que compõem esse universo revelam um Brasil de artistas e lugares esquecidos, mas que não sucumbiram.

Já Antonio e Manoel trata de dois personagens: Antonio Venâncio, pesquisador de imagens audiovisuais no Rio de Janeiro, e Manuel Filho, colecionador de discos de vinil e profundo conhecedor de música.

Manuel frequenta a pequena Livraria Belle Époque, no Méier, zona norte do Rio, para adquirir alguns álbuns. Ele relata com paixão a sua proximidade com os discos de vinil.

O universo musical é uma enorme teia de afetividades e relações sociais. Os minidocumentários exaltam aspectos poucos abordados nesse imenso sistema, muitas vezes centrado nas figuras bem-sucedidas do meio.