Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Cultuado maestro, arranjador e pianista, Laércio de Freitas morre aos 83 anos

O anúncio coube à filha do artista, a cantora e atriz Thalma de Freitas, nesta sexta-feira 5

Cultuado maestro, arranjador e pianista, Laércio de Freitas morre aos 83 anos
Cultuado maestro, arranjador e pianista, Laércio de Freitas morre aos 83 anos
Foto: Divulgação
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O maestro, arranjador, pianista e compositor Laércio de Freitas, que morreu nesta sexta-feira 5, aos 83 anos, foi um dos responsáveis por moldar a música brasileira, com a valorização dos arranjos, nos quais transpôs o erudito ao popular.

O anúncio da morte coube à filha de Laércio, a atriz e cantora Thalma de Freitas. Segundo ela, o pai morreu dormindo, em São Paulo.

Nascido em Campinas (SP), em 1941, ele se destacou a partir dos anos 1970 por produzir álbuns essenciais. Entre eles, destaca-se um de Elza Soares, de 1973, que leva seu nome. A cantora se dizia eternamente grata a Laércio pelos arranjos empregados no trabalho. Ele participou ainda dos arranjos do disco homônimo de Clara Nunes, no mesmo ano, considerado um dos melhores da mineira.

Também trabalhou em discos de Jair Rodrigues, Marcos Valle, Jards Macalé, Erasmo Carlos, Wilson Simonal, Maria Bethânia, Martinho da Vila, entre outros artistas. Foi arranjador da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp.

Era admirado até pelo exigente Radamés Gnattali, maestro fundamental, com quem tocou.

Laércio lançou quatro discos autorais. Laércio de Freitas e o Som Roceiro (1972) é considerado um dos álbuns mais relevantes do século passado, devido a sua sonoridade original.

Recebeu o Kikito de Ouro no Festival de Gramado em 1999 pela trilha sonora do curta de animação Amassa que Elas Gostam, de Fernando Coster. Foi ator nas novelas Mulheres Apaixonadas (2003) e Viver a Vida (2009), da TV Globo.

Ganhou um grande reconhecimento no choro, ao levar o piano ao gênero de maneira sofisticada. Realizou projetos em torno de dois dos nomes mais importantes do choro: Pixinguinha e Jacob do Bandolim. O álbum São Paulo no Balanço do Choro é considerado uma aula no gênero.

Em 2022, houve o lançamento de um disco instrumental em sua homenagem, com músicas inéditas do maestro. Intitulado Laércio de Freitas – Moderno e Eterno, contou com a participação de diversos pianistas, como Amilton Godoy, Carlos Roberto, Cristovão Bastos, Hercules Gomes, Silvia Goes e Tiago Costa.

Chamado de Tio pelos amigos, Laércio era muito querido no meio pelo jeito afável com que se relacionava com as pessoas.

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