Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Com indicação ao Grammy na bagagem, Hodari lança o 2º disco: ‘A música é um grande Deus’

Ele largou um emprego público, abriu um estúdio de tatuagem e se descobriu cantor e compositor

Com indicação ao Grammy na bagagem, Hodari lança o 2º disco: ‘A música é um grande Deus’
Com indicação ao Grammy na bagagem, Hodari lança o 2º disco: ‘A música é um grande Deus’
Foto: Max Felipe
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Natural de Brasília, o cantor e compositor Hodari quase seguiu a trilha de quem cresce na capital federal. Foi “programado” para passar em um concurso público e garantir estabilidade à família, um plano colocado em prática apenas por um breve período.

Ele se demitiu do serviço público e decidiu abrir um estúdio de tatuagem. Entre uma tattoo e outra, compunha e gravava. Àquela altura, já havia passado por diversas bandas, tocando guitarra e acordeon, sem grande compromisso ou perspectiva.

No estúdio, porém, sua veia musical chamou a atenção, e o primeiro disco viu a luz do dia na pandemia. “Foi o momento que tive para mergulhar na minha própria alma”, afirmou, em entrevista a CartaCapital.

O disco, que leva seu nome e tem um forte tom autobiográfico, foi indicado ao Grammy Latino 2023 na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Lingua Portuguesa. Morando em São Paulo, Hodari mergulhou de vez na carreira musical.

O segundo álbum, recém-lançado, também tem o seu nome, mas escrito de trás para frente: Iradoh. Ele considera forte a palavra “irado”, com um significado de ira e, ao mesmo tempo, de algo positivo. As canções do disco são de vivências e experiências.

“Queria trazer a cara do Brasil no disco. É como quero ser enxergado como artista, com meu estilo”, diz. As dez faixas misturam sons que combinam pop com amapiano (gênero da África do Sul), rhythm and blues, MPB e house.

“Essa pluralidade vem dos vários lugares que frequentei. Vejo a música como um grande Deus.”

Iradoh (Som Livre) resultou também em um ótimo minidocumentário — disponível no canal da KondZilla —  intitulado 3 Atos de Irmandade: a Música, o Crime e a Justiça.

O curta conta uma breve história que, nas palavras de Hodari, expõe o que acontece com frequência nas famílias brasileiras da periferia cujos integrantes tomam rumos diferentes. “O sistema, infelizmente, foi feito para colocá-las em situações de vulnerabilidade.”

Assista à entrevista de Hodari a CartaCapital:

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