Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Carlinhos Vergueiro sobre parceiros: ‘Adoniran foi o cara mais popular que andei na rua’

Músico relança álbum em que faz duetos com Chico Buarque, Toquinho – com quem compôs com Vinicius de Moraes -, Caetano Veloso e outros

Carlinhos Vergueiro sobre parceiros: ‘Adoniran foi o cara mais popular que andei na rua’
Carlinhos Vergueiro sobre parceiros: ‘Adoniran foi o cara mais popular que andei na rua’
Foto: Nina Jacobi/Divulgação
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Carlinhos Vergueiro teve uma amizade grande com Adoniran Barbosa. Ao lado de Vergueiro, mais jovem que ele, dizia: “Duas gerações e os mesmos problemas”. Os dois saiam juntos e as tiradas de Adoniran divertiam.

“Foi o cara mais popular que andei nas ruas”, lembra Vergueiro, que compôs com a clássica Torresmo à Milanesa com o mestre. A música teve gravação em duo dele com Mestre Marçal, outro bamba do samba da mais alta patente.

O registro está no álbum de duos Carlinhos Vergueiro e Convidados (1988), relançado agora nas plataformas digitais com distribuição da Biscoito Fino. O disco foi originalmente lançado quando o músico fez 15 anos de estrada musical e já com muitos parceiros de peso na música. “Tive a sorte na vida de acabar conhecendo meus ídolos”, diz. 

Este álbum abre com a música Como um Ladrão que Vergueiro compôs e ganhou um festival em 1975. O duo na faixa é com Paulinho da Viola. “É como se tivesse ganhado o festival de novo”, diz sobre a gravação com o sambista. Depois vem Zona Tropical (Vergueiro e J. Petrolino) com Caetano Veloso.

Noturno Paulista (Vergueiro e J. Petrolino) é um duo com Djavan e uma participação primorosa no violão de Raphael Rabelo. A quarta canção, Brecha (só de Vergueiro), foi com o parceiro de longa data, companheiro de futebol com quem joga até hoje: Chico Buarque. 

O disco segue com Carlinhos Vergueiro cantando Dia Seguinte (Vergueiro e J. Petrolino) com Martinho da Vila, que trouxe sua banda para fazer a gravação da faixa. 

A sexta música é Por que Será, composição de Vergueiro, Vinicius de Moraes e Toquinho – este último faz o duo no álbum. O músico passou muitas madrugadas com o poeta e numa dessas surgiu o samba canção. “Saí da casa do Toquinho às 6 horas da manhã. A música estava praticamente pronta”, recorda, acrescentando que o Vinicius a finalizou depois.

A seguir vem a música O Ilusionista (Vergueiro e J. petrolino), uma valsa com participação de Ney Matogrosso. A oitava é a já citada Torresmo à Milanesa. A próxima, a música Refém (Vergueiro e Cacaso), é um duo extraordinário com Edu Lobo. 

A décima é Desatino (Vergueiro e Novelli) em um duo com Luiz Melodia, que improvisa no final da canção. A penúltima, Vergueiro canta Samba Menor (dele e Novelli) com João Nogueira. Fecha o disco a canção Modo de Ser, em que ele grava sozinho um texto que musicou de Antonio Candido.

Trabalho novo

Tô Aí (Biscoito Fino; 2020) foi o último álbum lançado por Carlinhos Vergueiro. O trabalho mescla composições com antigos parceiros, incluindo J. Petrolino,  Paulo Cesar Pinheiro, Eduardo Gudin e Francis Hime, e novos, como Arthur Tirone, Bruno Ribeiro, Cadu Ribeiro, Gregory Andreas e Douglas Germano.

“São parceiros (novos) que conheci na minha volta para São Paulo por causa do futebol. O futebol sempre foi muito importante na minha vida. Várias parcerias que tenho aconteceram por causa do futebol”, diz.

Sobre os tempos pós-pandemia e novo governo, diz que “a gente tem que ser sempre esperançoso, não perder a alegria, não deixar de sonhar, pois é que move a gente”. Para Vergueiro, agora “vai melhorar porque piorar não vai mais do que já estava”. E acrescenta: “Foi duro para classe artística”.

 Assista a entrevista de Carlinhos Vergueiro a CartaCapital na íntegra:

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