Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Bruna Caram canta Gonzaguinha: ‘Engajado, progressista e humano’

Cantora desenvolve projeto sobre o artista ao levar em conta os lados político e amoroso de sua impecável obra

Foto: Bianca Burnier/Divulgação
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No seu sétimo álbum (ainda em gravação), Bruna Caram entra na obra comprometida e profunda de Gonzaguinha (1945-1991), artista sempre atual, ainda mais nestes tempos de injustiça e fake news.

“A face política e engajada da obra de Gonzaguinha é que me trouxe para gravar esse disco”, disse Bruna Caram em entrevista ao colunista. “Quando me debrucei na obra para fazer uma live, me soou pertinente e atual”. 

O retorno positivo que recebeu das redes sociais foi decisivo para montar um show, com roteiro de Jean Wyllys, um apaixonado pelo filho de Gonzagão. O projeto tem o nome de Afeto e Luta.

“O que me fascina na parte política é que as canções engajadas não são enfurecidas, rancorosas. Sinto dele uma alegria de lutar do que é certo. Isso me aproxima demais da obra dele”, acrescenta Bruna, que também é compositora, atriz, instrumentista, poeta, preparadora vocal e vem nos últimos tempos trabalhando para uma campanha de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes. “Gonzaguinha lutou muito por dignidade, por justiça”.  

Entre as músicas políticas de Gonzaguinha, que chegou a ser censurado na ditadura, estão Achados e Perdidos, Amanhã ou Depois e Pequena Memória para um Tempo Sem Memória. Bruna lembra também a clássica É: “A gente não tem cara de panaca/ A gente não tem jeito de babaca/ A gente não está com a bunda exposta na janela
pra passar a mão nela”.

A obra amorosa é também de grande profundidade, como Grito de Alerta. Sobre as melodias de Gonzaguinha, Bruna conta que tem extensões grandes e complexas.

O trabalho de Bruna sobre Gonzaguinha, além de shows, se desdobrará em singles, EPs, álbuns e aproveitamento de material de apresentação ao vivo. Nanan Gonzaga, filha de Gonzaguinha, colabora no projeto.

“Como sociedade, perdemos o fio da meada do que é dignidade e empatia. Gonzaguinha já falava disso. Era engajado, progressista, humano”, diz. “Vivemos uma guerra em que vale tudo, normalizando a violência”.

Assista a entrevista com Bruna Caram na íntegra: 

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