Beto Lee: ‘Rita Lee não gostava de chororô. Ela queria festa’

O projeto Uma Homenagem a Rita Lee por Beto Lee in Concert é uma forma de celebrar a obra de “Dona Rita”, com seus sessenta anos de carreira e muitos discos e sucessos.

“É um show calcado nos hits, nas músicas que fizeram a cabeça de muitas gerações. É para celebrar a vida de minha mãe”, diz Beto em entrevista a CartaCapital.

O show chegou aos palcos no ano passado. O músico lembra que as apresentações eram gravadas e enviadas para Rita Lee assistir. “Tivemos a bênção dela e do meu pai (Roberto de Carvalho) para fazer esse show”, afirma.

O primeiro show do projeto neste ano ocorreu em maio, na Virada Cultural de São Paulo, um pouco depois da morte de Rita Lee. “Tem sido com muita emoção. É difícil contê-la. Mas a gente está celebrando. Minha mãe não gostava de chororô, ela queria festa. Ela sempre foi uma pessoa de festa, de celebrar a vida, para deixar tudo mais leve.”

De acordo com Beto, os shows estão divididos em três fases da carreira de Rita Lee: Mutantes, Tutti-Frutti e a “era” com Roberto de Carvalho. “A parte mais difícil é escolher qual música entra e qual sai. Cada noite a gente tem feito um pouco diferente, tira uma e coloca outra”, conta o músico.

A banda das apresentações é composta por músicos que tocaram com Rita Lee, como o baixista Lee Marcucci, que também foi parceiro de composição com a cantora. Integram ainda o grupo Debora Reis (vocais), Danilo Santana (teclado), Edu Salvitti (bateria) e Rogerio Salmeron (guitarra), além de Beto.

Beto Lee começou a tocar guitarra aos 10 anos. Tem discos solo e em grupo lançados e em 2002 apresentou o seu primeiro álbum, chamado Todo Mundo É Igual, que tem duas músicas com o inesquecível Itamar Assumpção. Em 2012, ganhou o Grammy Latino com o álbum Celebração & Sacrifício. Desde 2016 integra os Titãs.

O show de celebração a Rita Lee – cuja próxima parada será em 29 de julho, no Vibra São Paulo – conta ainda com a presença de convidados: Fernanda Abreu (que foi amiga de Rita Lee e chegou a se apresentar com ela), a Orquestra Sinfônica Villa Lobos, regida pelo Maestro Adriano Machado, e Luísa Sonza.

“Minha mãe tinha muitos fãs. A gente está de luto junto com eles. Mas eles podem ficar muito tranquilos, porque muita coisa vai rolar. Ela deixou muita coisa aqui. Os fãs ficarão contentes”, assegura Beto, que recentemente encontrou uma pasta cheia de papeis avulsos com a caligrafia dela, com letras e rabiscos.

A ideia é transformar essas novidades em projetos. Beto adiantou que Roberto de Carvalho está envolvido no lançamento de um álbum com a gravação de um show de Rita Lee na Argentina.

Assista à entrevista de Beto Lee a CartaCapital na íntegra: