Badi Assad nasceu em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, e ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1998 foi morar nos Estados Unidos, já com a carreira musical em andamento.
“Há 30 anos que vou para fora do país”, afirma, contando que muitas vezes tocou na Alemanha: “Cheguei a ser mais conhecida lá do que aqui”.
Segundo ela, “as pessoas não fazem relação direta como sendo brasileira e muita gente nem sabe que eu sou brasileira”.
A cantora, compositora e violonista foi muito influenciada pelos irmãos Sérgio e Odair, que formam o Duo Assad e são considerados uma das principais duplas de violão clássico do mundo.
Badi vê uma receptividade muito grande da música brasileira lá fora e diz ser sempre bem recepcionada.
“Com a música, a gente tem oportunidade de rodar pelo mundo. Já tive em cada situação. Cantando em português, aquela pessoinha da plateia não entendeu nenhuma palavra que eu falei. Mas vira e diz que é o melhor show da vida dela”, ressalta. “A músic traduz essa emoção que você coloca nela.”
A música nessa condição transformadora é até tratada por Badi Assad em oficinas que realiza em paralelo às apresentações e gravações musicais.
“Essa minha imersão chama-se BadiArt e eu parto do princípio que todos os elementos da música estão presentes em nós. Não é uma coisa que a gente aprende do mundo de fora. É uma coisa que a gente desenvolve a partir do nosso coração que bate e daí vem a noção do ritmo, da melodia que a gente começa a buscar a palavra”, diz.
“No Badiart faço várias dinâmicas e vivências para trazer a flor da pele essas artes internas, mas também a dança porque se a gente se movimenta a gente tem a dança em nosso corpo”. Um dos primeiros momentos da imersão, conta a musicista, é fazer com que o participante se conecte com a sua criança para que o universo de possibilidades lúdicas “fique mais leve”.
Os álbuns de Badi Assad – já lançou 19 ao longo da carreira – costumam mesclar o som erudito e o popular com maestria.
“Eu sei fazer coisas incríveis com o violão, que se eu viesse só da escola popular eu não saberia, mas eu uso essa técnica para a música popular onde eu tenho circulado nos últimos anos”, afirma.
O último álbum chama-se Ilha e foi gestado durante a pandemia. Tem oito canções, duas só dela e as outras em parceria com Chico César, Alzira E, Lucina, Lívia Mattos e Dani Black (que também gravou no disco).
“Vivi momentos muito difíceis na minha trajetória, um momento em que tive síndrome (descobriu uma incapacidade motora, que a impossibilitou de tocar violão por quase 2 anos) e achei que nunca mais ia tocar… Eu sei o que é chegar lá no fundo e encontrar forças para buscar a superação e voltar a tocar”, diz.
Assista a entrevista na íntegra:
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login