Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Ana de Hollanda: Vai ser difícil reconstruir o estrago que fizeram na Cultura

A cantora e ex-ministra se apresenta como letrista em novo disco e diz que tinha ‘inibição’ em compor por causa do irmão Chico Buarque

Foto: Leo Aversa/Divulgação
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A cantora e compositora Ana de Hollanda voltou a lançar um álbum, o quinto da carreira, com o nome de Vivemos (Biscoito Fino). Neste novo trabalho, de 11 faixas, as composições são dela com diferentes parceiros: Nivaldo Ornelas, Lula Barbosa, Nilson Chaves, Marcelo Menezes, Cristóvão Bastos, Leandro Braga, Lucina e Simone Guimarães. 

O saxofonista, arranjador e amigo Nivaldo Ornelas é quem mais a estimulou a fazer letra de música.

“Quanto estava em São Paulo, fazia música, mas não tinha coragem de gravar, mostrar. Era um pouco de inibição. Tinha aquela coisa: ‘ah, é porque é irmã do Chico (Buarque), como se isso fosse querer abusar do nome. Mas é o meu nome’”, diz. “A musicalidade também sempre esteve na família – sempre cantamos, sempre tocamos, com o Chico, sem o Chico. Cresci cantando. Eu compunha também, mas não tinha coragem de mostrar.”

Para o álbum Vivemos, com o velho companheiro Cristóvão Bastos, pianista e arranjador, Ana revela ter feito uma letra “enigmática”. Da parceria com Simone Guimarães nasceu Botucuxi, neologismo que une os nomes boto e tucuxi – este último é dado a um boto amazônico. A cantora diz que a canção surgiu da lembrança dá época quando em que era criança e ouvia histórias de uma babá paraense.

Ana cita que sempre teve um período longo entre a gravação de um disco e outro porque paralelamente ela também se envolvia em trabalhos ligados à gestão de cultura. O seu último disco havia saído em 2009, o Só na Canção.

A artista, além de ministra da Cultura (2011-2012), foi secretária de cultura de Osasco, na Grande São Paulo, e ocupou cargos de gestão no Centro Cultural São Paulo, na Funarte e no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. 

Ana se diz assustada com os caminhos da cultura no País hoje. “Ela está violentamente sendo desmontada, com uma rapidez que var ser difícil reconstruir o estrago que já fizeram”. Além disso, critica a criminalização da Lei Rouanet.

Assista a entrevista:

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