Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

A forte ligação entre Chico Lobo e a cultura popular, com 40 anos de dedicação à viola

Em seu 27° álbum, cantador-violeiro mantém as raízes musicais de influência mineira

Foto: Divulgação

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O Tempo é Seu Irmão, 27° álbum do mineiro Chico Lobo, celebra os 40 anos do cantador e violeiro, que retoma os shows após a pandemia de Covid-19.  “É a volta da cultura de forma presencial. Por isso, falo muito de esperança e de positividade (no álbum)”.

O artista afirma viver a maturidade musical, no dedilhar da viola, nos arranjos e no seu diálogo com outros instrumentos. Ele reside hoje em Belo Horizonte, mas mantém fortes raízes em São João Del Rei, sua terra natal, onde desenvolve trabalhos sociais de ensino de viola e cultura, em escolas municipais de zonas rurais. “Continuo tendo influência da cultura popular e mantenho um relacionamento direto com mestres, como seu Zé Limão da Lagoa da Trindade de Jequitibá”. 

Jequitibá é um município conhecido como a capital mineira do folclore e onde ocorrem os encontros de folias de reis mais tradicionais do País. “É sagrado sempre ir à época de dezembro a janeiro para acompanhar as folias”, diz.  “Ter como ingredientes a cultura popular, a ecologia, as reflexões da vida, faz com que a minha música seja de nicho de mercado”. 

O violeiro destaca o fato do novo álbum atingir cerca de 200 mil acessos nas plataformas digitais de música. “Isso para mim é uma vitória. É um número expressivo”, comemora.

Para ampliar seu público, afirma ter trabalhado com afinco nas redes sociais. “Acredito muito na calda longa, ou seja, produzir sempre, trabalhos com qualidade, para cada vez mais potencializar meu nicho”.

O cantor e compositor acha ainda que a viola está em um bom momento, com mais reconhecimento, com mais jovens querendo aprender a tocar. “Vivo exclusivamente dos shows da viola e assim criei meus filhos. A viola tem sido muito usada em outros estilos que não eram próprios dela, e isso é o reconhecimento do potencial como instrumento musical”.


O músico desenvolve intercâmbio frequente com Portugal por meio de encontros com mestres violeiros de lá. “São 16 anos num relacionamento direto com Portugal e as suas violas de arame, entendendo mais da história do instrumento num Atlântico que nos une”.

 O novo disco, coproduzido com a gravadora Kuarup, conta com a participação de Luiz Caldas, Kleiton e Kledir, Tetê Espíndola e Sérgio Andrade, cantor da Banda de Pau e Corda.

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