Hamilton de Holanda já voltou à estrada e aos palcos. Sorte nossa! Um dos maiores instrumentistas brasileiros é daqueles artistas onipresentes e necessários à música.
“Me dá até arrepio descrever o que foram esses dois anos de pandemia. Oitenta por cento das coisas que eu fazia sumiram de uma hora para outra. Foram canceladas turnês nos Estados Unidos, na Europa”, conta em conversa com o colunista.
Recluso por conta da pandemia, aproveitou para passar mais tempo com a família. E o bandolim foi o companheiro para superar o momento difícil: “Toco uma música, meu humor vira na hora. A música eleva meu espírito”.
Hamilton de Holanda lembra que várias pessoas o relataram que ouviam suas músicas enquanto se tratavam da Covid-19. “A cultura nunca fez tanto sentido como está fazendo agora. Eu vejo que o público está querendo cada vez mais isso”, diz. “As pessoas querem paz. O País está vivendo de confusão esses anos todos e a cultura é um lugar onde a gente se vê nu, no melhor sentido, onde o amor impera, a boa convivência”.
Hamilton de Holanda diz que todo dia, ao acordar, pensa no que pode fazer de relevante ao País: “Eu realmente espero que a gente consiga enfrentar o ano difícil por conta da eleição, enfrentar isso sem tantos danos psicológicos. Que a gente comece o ano próximo com nova esperança”.
O último disco lançado por Hamilton de Holanda foi Maxixe Samba Groove com composições próprias. Mas tem trabalho recente também com Mestrinho, João Bosco e Roberta Sá.
O bandolim chegou ao Brasil no século XIX. A partir de Luperce Miranda, ganhou força de instrumento solista. Jacob do Bandolim imprimiu um tipo de interpretação bem brasileiro.
Hamilton de Holanda desenvolveu uma maneira própria de tocar, agregando ao som do bandolim tradicional força harmônica e rítmica. O resultado é este brilhante músico maravilhoso de ouvir.
Assista a entrevista de Hamilton de Holanda na íntegra:
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