“Me chame pelo seu nome” e outras duas dicas de livros sobre sexualidade

O filme baseado no romance concorre em algumas das principais categorias da premiação

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Às vésperas do Oscar, o filme Me chame pelo seu nome, baseado no romance homônimo, está em discussão. A partir dele, aqui vão três dicas de livro que tratam de questões de sexualidade.

 

Editora Intrínseca 

Um romance de verão no sul da Itália, na década de 80, com uma narrativa sensível. Escrito em um curto período de tempo (em torno de quatro meses), a história acompanha a evolução da paixão de um jovem de 17 anos por um hóspede, alguns anos mais velho, na casa de seus pais. Sem perder a delicadeza da narrativa, Aciman cria imagens sensuais e trabalha sensações e atmosferas de forma sensorial. Com uma viagem interna aos próprios desejos, o livro desenvolve a descoberta livre de preconceitos, como em um ambiente perfeito. Homofobia e violência não se apresentam na narrativa: ao contrário, é uma história tão pura (mesmo com erotismo) quanto seria se fosse dentro do padrão. A versão cinematográfica do livro foi indicada aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado.

 

AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL, Stephen ChboskyEditora Rocco 


Também adaptado para o cinema em 2012, o livro é composto por uma série de cartas escritas pelo protagonista, Charlie, para um amigo anônimo. Charlie está vivendo um momento de transição na adolescência, aprendendo a lidar com a depressão, com a escola, com os sentimentos novos típicos da idade, quando conhece dois estudantes mais velhos que se tornarão seus melhores amigos: Sam, a menina por quem ele se apaixona, e Patrick, o menino que ele admira. Charlie, então, acompanha os dramas da vida dos dois: enquanto Sam lida com questões de gênero, Patrick precisa resolver questões relacionadas a sua sexualidade. Vemos, pelos olhos de Charlie, o desenvolvimento dos personagens, os relacionamentos que vivem, e os dramas que enfrentam enquanto vão, aos poucos, tentando crescer.

 

Editora Dublinense 

Coletânea de contos que fala de relacionamentos lésbico do ponto de vista de mulheres de diferentes idades ou momentos da vida. Falar de relacionamentos LGBT geralmente passa pela fórmula de um personagem se descobrindo e outro melhor estabelecido (“Azul é a cor mais quente”, “Grey’s Anatomy”, “Buffy”, “Skins”, “The O.C.”, “Sex And The City”). É o momento da descoberta de sexualidade que parece merecer a história.

Mas em “Amora” vemos personagens lésbicas passando por todos os estágios de um relacionamento: se conhecendo, se apaixonando, se odiando, se separando, se traindo. Vemos suas histórias contadas pelos seus próprios pontos de vista, pelo ponto de vista de parentes, de crianças da rua. Esse é o trunfo do livro: conseguir trabalhar o amor com a naturalidade que ele tem – é tão comum, tão banal, todo mundo viveu – mesmo fora do padrão heteronormativo. Uma delícia de leitura.

 

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