O dia 8 de janeiro de 2022 foi tanto um ato de vandalismo extremo quanto uma tentativa tosca de golpe de Estado. Ainda não sabemos com muita clareza se de fato estava planejado algum processo de mobilização militar associado aos ataques na Praça dos Três Poderes. Mas, de toda forma, por trás do 8 de Janeiro, houve uma atitude totalmente ambígua dos comandantes das Forças Armadas em relação às eleições e ao resultado eleitoral. Hoje sabemos que o ex-comandante da Marinha Almir Garnier chegou a votar formalmente por um golpe.
Vale relembrar que a reação aos ataques, seja no campo das instituições, seja no campo da opinião pública, foi muito forte. De um lado, o presidente Lula conseguiu, ainda no próprio domingo da insurreição, ter ao seu lado tanto a presidente do Supremo Tribunal Federal, a então ministra Rosa Weber, como também os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. No dia seguinte, alcançou o feito de angariar apoio unânime de todos os governadores recém-eleitos. Ao mesmo tempo, a maioria absoluta da opinião pública brasileira posicionou-se contra os atos de vandalismo.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login