O processo de desinformação é um esforço de cooptar indivíduos, atenções, mobilizações sociais, nosso tempo de vida para pautas que de fato não estão em consonância com a realidade brasileira, seja cultural ou política. No Brasil, durante o processo eleitoral de 2018, que elegeu Jair Bolsonaro presidente da República, assistimos à formação de um processo sistematizado de produção e disseminação de notícias falsas, de mentiras – heranças daquela época, o kit gay e a mamadeira de piroca não nos deixam mentir.
Naquele momento de polarização política pós-ruptura institucional com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 (que todos hoje sabem que se tratava de um golpe), a imprensa e muitos especialistas ainda tomavam o processo de desinformação que se espalhava pelas redes sociais como movimento espontâneo e aleatório, quase inocente. Passadas as eleições, Bolsonaro eleito, o que era manifestação aleatória foi adquirindo status de ação governamental, que se consolidou na atuação do gabinete do ódio (com sede no Palácio do Planalto) e nas lives semanais do então presidente da República.
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