Ambiente e Política Externa

Considerada a pandemia, tivemos um bom desempenho nas exportações, analisa Rui Daher

Foto: iStock

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Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores Frutas e Derivados), entre janeiro e setembro, deste ano os embarques cresceram 6% sobre o mesmo período de 2019. Foram 630 mil toneladas.

 

 

Até setembro, em valores, as exportações de frutas se mantiveram estáveis, perto de 515 milhões de dólares. Deste total, 70%, na ordem, deveram-se às culturas de manga, limão e lima, melão, maçã e uva. No mais, há substancial diversificação.

Considerada a pandemia, expressiva na União Europeia, e que representa 60% das importações de frutas e derivados do Brasil, foi um bom desempenho, que deverá continuar forte até dezembro, o que é possível identificar em nossas Andanças Capitais, pré-pandemia, e pelas informações que recebemos da região do Vale do São Francisco.


Outra avaliação que confirma o excelente desempenho da agropecuária é a divulgação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de que o Valor Bruto da Produção do campo (“dentro da porteira”), pelo terceiro ano consecutivo, deverá registrar novo recorde em 2021 e atingir R$ 950 bilhões, o que representa um crescimento de 12% sobre o estimado para 2020 e 13% em relação a 2019.

A compilação do MAPA avalia 21 lavouras, as cinco principais cadeias da pecuária.

Tais impulsos vêm, sobretudo, da soja, seguida pela carne bovina e pelo milho, setores favorecidos em volume produzido, câmbio, cotações nas bolsas internacionais, uma trinca de azes capaz de trazer o paraíso aos produtores.

São previstos alguns recuos, mas em proporções menos expressivas. No grupo estão: algodão, café, cana-de-açúcar, laranja e ovos. Os demais ficam nas medianas da vida.

Pois é, agora tomo do costumeiro tacape. Não é meu estilo ficar alisando o óbvio. Calma, continuem a leitura, não irei repetir a situação desastrosa em que se encontram os produtores de hortaliças e outros produtos voltados ao mercado interno e servem à população de baixa renda. Estes estão entre a cruz e o pelourinho.

Perdem produção, não conseguiram comercializar durante o isolamento social, por falta de apoio e crédito descartam os produtos sem colher, com isso a oferta é reduzida, os preços sobem no mercado final, e eles são chamados de vilões da inflação.

Mas não é para aí que eu queria apontar o tacape e explodir alguns crânios.

Curto e grosso: notaram a magnificência exposta nos primeiros parágrafos? Não seria mesmo uma pena perdê-la porque não respeitamos o meio ambiente, incendiamos matas e florestas, maltratamos povos indígenas e quilombolas, entregamos nossa soberania para um país nosso concorrente em agronegócios, e aviltamos expressões para com países com que sempre mantivemos boas relações diplomáticas?

Os nomes vocês sabem.

Inté!

Nota: alvíssaras em nosso horizonte. O fracasso nas eleições municipais dos candidatos apoiados pelo Regente Insano Primeiro (RIP) e a ida para o 2º turno, em São Paulo, da chapa Boulos e Erundina (PSOL).

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