Política
Ministério Público denuncia presidente da Ancine por estelionato
Christian de Castro foi acusado de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e crime contra ordem tributária


O presidente da Ancine, Christian de Castro, foi denunciado na última segunda-feira 4 pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e crime contra ordem tributária.
Christian havia sido afastado pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo na Agência Reguladora de Cinema no final de agosto, mas, no fim de outubro, conseguiu uma liminar no TRF-2 e retornou às atividades. Na época, o MPF já o havia denunciado por associação criminosa, violação de sigilo funcional, prevaricação e denunciação caluniosa.
A nova acusação aponta Castro como sócio de uma empresa do ramo audiovisual que utilizava “laranjas” para esconder seus verdadeiros donos. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Supro Limited foi fundada por ele em 1999 nas Ilhas Virgens Britânicas, tendo um escritório de advocacia panamenho como intermediário.
Em 2008, Christian teria negado à Junta Comercial de São Paulo que seria dono da empresa, a fim de mantê-la ativa. A denúncia do MPF aponta ainda que ele teria apresentado uma falsa ata de assembleia do escritório panamenho onde seus diretores dariam a ele “uma procuração com total poderes”.
Além disso, o órgão aponta que ele chegou a montar uma outra empresa no país, a Supro do Brasil, cujos sócios eram ele próprio e a Supro Limited. Ainda segundo o MPF, Christian de Castro deixou a sociedade em 2017, colocando sua esposa, Marta Zimpeck, no lugar. Na época, seu nome havia sido cogitado para assumir a Ancine e ele temia ser rejeitado para o cargo devido à ligação com empresas offshore.
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