Sociedade
Gangnam style: a cidade mais vaidosa do mundo é…
O Rio e Nova York estavam na disputa, mas Seul atropelou em grande estilo
A obsessão narcisista pela selfie acentuou, no mundo todo, um tópico da atual sociedade do espetáculo: a vaidade. O que, por sua vez, implica o sacrifício de buscar, entre dietas, academias, salões, spas e bisturis, a silhueta ideal e o rosto perfeito. Com a consultoria da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (Isaps), o jornal inglês The Guardian aventurou-se a revelar a cidade mais fútil do planeta. A dúvida era: essa cidade seria um dos centros tradicionais de cirurgia plástica como o Rio e Seul ou um paraíso da selfie?
A tentação do matutino seria proclamar como campeã da vaidade a cidade onde eventualmente esteja morando o jogador Cristiano Ronaldo. O craque português desequilibraria qualquer disputa – mesmo se comparado com o metrossexual britânico David Beckham. CR7 tem 181 milhões de seguidores no Instagram, fascinados por suas fotos invariavelmente sem camisa. “A gente costumava vê-lo diante do espelho admirando a si mesmo”, lembra Alex Ferguson, que foi seu treinador no Manchester United. “Mas era vaidade bonitinha e inofensiva.”
De acordo com o último relatório da entidade dos cirurgiões plásticos, a Coreia do Sul bate qualquer país nesse quesito. Em número total de procedimentos, o ranking dos Top 5 é: Estados Unidos, Brasil, México, Colômbia e Itália. A grande mudança acontecida nos últimos anos é o fato de a Argentina – que viveu o apogeu da plástica no período pizza y champán de Carlos Menem – ter sumido do pódio.
Narcisismo à parte, há lugares muito competitivos, nos quais a aparência é um valor comercial
Proporcionalmente, porém, a capital da Coreia do Sul é imbatível. O país todo tem 51 milhões de habitantes – e 2.330 cirurgiões plásticos. O distrito chique de Seul, Gangnam, centro do infatigável culto à beleza, abriga 500 clínicas devotadas a algum tipo de metamorfose corporal. O procedimento mais comum é a blefaroplastia, que consiste em ocidentalizar os olhos das meninotas. Cirurgias de nariz e de boca vêm a seguir. Há um dado cultural que, além da mera vaidade, a Coreia do Sul é uma sociedade muito competitiva e as oportunidades dependem das aparências.
CartaCapital
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