Política
CNI-Ibope: 55% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro
Desaprovação em relação ao meio ambiente cresce 10 pontos percentuais, e segurança pública é a única que ainda segura o governo
Jair Bolsonaro mantém sua popularidade no geral, mas é reprovado por 50% população na maneira de governar, e tem a desconfiança de 55% dos brasileiros. É o que diz a pesquisa CNI-Ibope, divulgada nesta quarta-feira 25, que aborda, também, os índices de aprovação em relação à temáticas de segurança pública, saúde, meio ambiente e questões econômicas.
A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 22 de setembro, e abordou 2 mil pessoas em 126 municípios. Cerca de 34% avaliaram o governo como ruim ou péssimo, um crescimento de 2 pontos percentuais em relação à última pesquisa, que foi divulgada em junho. Bolsonaro também manteve-se estável em relação a sua aprovação: 31% o julgam ótimo ou bom, apenas um ponto percentual abaixo da última pesquisa.
A aprovação do governo na atuação das políticas públicas ainda tem amparo da maioria somente na área da segurança pública, a melhor avaliada por 51% dos entrevistados. As políticas relativas a impostos, taxa de juros, combate ao desemprego e saúde foram as com maiores índices de reprovação registrados, variando entre 58% e 62% nesses tópicos.
A insatisfação com as políticas sobre meio ambiente, por outro lado, foi a que obteve maior aumento significativo: a desaprovação subiu 10 pontos percentuais (45% para 55%) entre junho e setembro. O noticiário sobre as queimadas na Amazônia e demais temáticas do assunto também foi o mais lembrado pelos entrevistados, apontou a pesquisa.
Em relação ao perfil de apoiadores ou críticos, a pesquisa mostrou que a popularidade de Bolsonaro caiu nas regiões Sul e Sudeste, mas continua crescendo no Norte e Centro-Oeste. No Nordeste, 47% avaliam o governo como ruim ou péssimo e 20% como ótimo ou bom.
A popularidade do presidente caiu mais entre jovens com idade entre 16 e 24 anos, cuja avaliação de ótimo/bom caiu de 32% para 24%. As mulheres são mais descrentes em relação a melhora do governo: a perspectiva delas da situação avançar para ótimo ou bom caiu 4 pontos percentuais e parou em 34%. Entre os homens, 44% ainda mantém essa confiança.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



