Política
Por religião, Salvador pode perder Carnaval na Quarta-feira de Cinzas
Autor do projeto, vereador Henrique Carballal (PV) afirmou que Carnaval deve se adequar às tradições da Igreja


Por motivos religiosos, a Câmara Municipal de Salvador, capital da Bahia, aprovou o Projeto de Lei 45/16 que dá fim a “eventos profanos” na Quarta-Feira de Cinzas do carnaval da cidade.
O texto proíbe a realização do tradicional arrastão, desfile com trios elétricos criado em 1995 pelo cantor Carlinhos Brown. Artistas como Ivete Sangalo e Daniela Mercury já participaram do festejo.
O evento é uma alternativa para foliões que querem mais um dia de festa e também uma oportunidade de trabalho para ambulantes e demais profissionais. No entanto, a ideia do projeto é preservar a Quaresma, tradição da Igreja Católica em que se dedica 40 dias para resguardo antes do feriado de Páscoa.
O projeto ainda precisa de sanção do prefeito ACM Neto (DEM). Autor do projeto, o vereador Henrique Carballal (PV-BA) comemorou nas redes sociais e defendeu que o período de carnaval esteja alinhado às tradições da Igreja.
“O nosso país é oficialmente um Estado laico e se por um lado essa laicidade pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, por outro, implica em efetivo respeito à crença e costumes religiosos”, escreveu o parlamentar. “Portanto, entendo que o Carnaval não pode estar alheio a esse contexto e sua ocorrência deve se adequar às tradições religiosas.”
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