Educação
Ministro da Educação compara pesquisa do Datafolha com saci-pererê
Abraham Weintraub desqualifica pesquisa que aponta alta no índice de rejeição de Bolsonaro, 38%, o maior obtido por um presidente
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, comparou a pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira 2, a personagens do folclore brasileiro. “Pensamento da semana: tem gente que acredita em Saci Pererê, em Boi Tatá e em Mula sem Cabeça; e tem gente que acredita no Datafolha da família frias (esses últimos realmente existem)…”, escreveu o ministro em seu Twitter.
Pensamento da semana: tem gente que acredita em Saci Pererê, em Boi Tatá e em Mula sem Cabeça; e tem gente que acredita no Datafolha da família frias (esses últimos realmente existem)…
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) September 2, 2019
A tentativa de Weintraub de desqualificar a pesquisa se deve, muito provavelmente, ao desagradável resultado para o governo Bolsonaro. Os dados mostram que 38% dos entrevistados consideram a atual gestão ruim ou péssima, dado superior ao das pesquisas realizadas em abril e julho, nas quais os índices de reprovação foram de 33 e 31%.
Vinte e nove porcento dos entrevistados consideram o governo ótimo/bom; 30% regular; 2% não sabe/não respondeu. A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de agosto com 2.878 pessoas com mais de 16 anos, em 175 cidades brasileiras. O nível de confiança é de 95%.
A nova edição mostra queda também em relação à expectativa dos entrevistados com o futuro do governo: 45% dos entrevistados esperam que Bolsonaro faça uma gestão ótima ou boa. Em abril, a taxa era de 59%; em julho, 51%.
Também é crescente o número de entrevistados que entende que Bolsonaro fez menos do que esperava pelo País: 62%, contra 61% aferidos em abril e julho.
Questionados ainda se o presidente age ou não como deveria, 32% consideram que não, índice que também cresceu em comparação às demais edições. Em abril, a taxa era de 23% e em julho, 25%.
No seu oitavo mês de vigência, o índice de reprovação de Bolsonaro é o maior se comparado ao dos demais presidentes, no mesmo período. Em 1995, Fernando Henrique Cardoso atingiu o maior índice de 15%, seguido por Dilma em 2011, com 11% e Lula em 2003 com 10%.
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