Mundo
G7 vai desbloquear ajuda emergencial de 91 milhões para a Amazônia
Dinheiro será destinado principalmente ao envio de aviões Canadair para combater as queimadas na floresta
O G7 decidiu desbloquear uma ajuda de emergência de 20 milhões de dólares (cerca de 91 milhões de reais) para a Amazônia, principalmente destinado ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, anunciaram o presidente francês Emmanuel Macron e o chileno Sebastian Piñera.
Além da frota aérea, o G7 concordou com uma assistência de médio prazo para o reflorestamento, a ser apresentado na Assembleia Geral da ONU no final de setembro, para o qual o Brasil terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais.
Essa “iniciativa para a Amazônia” foi anunciada ao final de uma sessão da cúpula do G7 dedicada ao meio ambiente, durante a qual foi discutida a situação na Amazônia, que tem provocado grande preocupação internacional.
Emmanuel Macron tornou a situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula, apelando no sábado 24 para uma “mobilização de todas as potências” para lutar contra as queimadas e em favor do reflorestamento.
Os presidentes do Peru, Sebastian Piñera, e da França, Emmanuel Macron (Foto: FRANCOIS Mori /AFP)
“Devemos responder ao apelo da floresta que hoje arde na Amazônia de uma maneira muito concreta”, acrescentou, após desafiar o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Segundo os números mais recentes, 79.513 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, com pouco mais da metade na Amazônia.
Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo 25, enviando dois aviões Hércules C-130.
Reino Unido promete 10 milhões de libras
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, prometeu nesta segunda-feira 10 milhões de libras esterlinas (quases 12 milhões de dólares) em fundos para a Amazônia, em resposta aos incêndios que afetam a maior floresta tropical do planeta.
O dinheiro será colocado imediatamente à disposição para ajudar e restaurar o habitat, anunciou o governo britânico em um comunicado divulgado na reunião do G7 em Biarritz.
“Em uma semana na qual todos assistimos, horrorizados, como a floresta amazônica queima diante de nossos olhos, não podemos escapar da realidade do ano que estamos infligindo à natureza”, afirmou Johnson no comunicado.
A promessa de recursos foi anunciada depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, anfitrião do encontro de cúpula, informou no domingo que as potências do G7 chegaram a um acordo para ajudar “o mais rápido possível” os países afetados pelos incêndios.
Macron prometeu “meios técnicos e financeiros” em resposta aos incêndios que afetam a região amazônica.
No Brasil as chamas devastaram áreas na região de fronteira com a Bolívia e provocaram uma fumaça densa que aumenta a poluição ao longo da Amazônia, um tesouro ecológico de 5,5 milhões de quilômetros quadrados.
Sob pressão internacional, o presidente Jair Bolsonaro determinou no domingo o envio de dois aviões Hércules C-130 e uma vasta operação militar para controlar os incêndios.
Entre sexta-feira e sábado foram registrados 1.130 novos incêndios, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a maioria na bacia do rio Amazonas.
Maior mobilização internacional
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta segunda-feira 26, durante a cúpula do G7 em Biarritz, a mobilização da comunidade internacional para preservar a Amazônia, onde os incêndios florestais estão se multiplicando.
“Há um forte apelo, e espero que possamos mobilizar muito mais recursos para ajudar os países da Amazônia”, disse Guterres após uma reunião do G7 sobre o clima e as queimadas na América do Sul.
É necessário, acrescentou, “uma forte vontade coletiva para preservar esse patrimônio universal, absolutamente essencial para o bem-estar da população mundial”.
Guterres informou que uma reunião será realizada sobre este tema durante a Assembleia Geral da ONU no final de setembro.
O chefe da ONU também pediu “um compromisso muito mais forte e ambicioso” dos países ricos para lutar contra “a crise climática”, enquanto “os anos de 2015-19 provavelmente serão os mais quentes já registrados”.
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