Mundo
Tereza Cristina fala em “histeria” e chama Macron de “oportunista”
Ministra da Agricultura criticou o presidente francês e disse que houve um exagero sobre as queimadas na Amazônia


A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se posicionou sobre a crise na Amazônia e classificou as declarações do presidente da França, Emmanuel Macron, como oportunistas. “De um problema interno ele (Macron) transformou em um problema para o Brasil, que prejudica sim a imagem do País, que já não anda muito bem”, afirmou Tereza.
A ministra participou, na manhã desta segunda-feira 26, de uma reunião na Câmara Árabe, em São Paulo. Tereza classificou como “histeria coletiva” a reação das pessoas sobre as queimadas na Amazônia e disse que a imprensa insiste em falar mal do Brasil. “Isso é um crime de lesa pátria que se comete”, acusou.
Foto: Antonio Araujo/Mapa
Os países integrantes do G7 decidiram desbloquear uma ajuda de emergência de 20 milhões de dólares (cerca de 91 milhões de reais) para a Amazônia, principalmente destinado ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, anunciaram o presidente francês Macron e o chileno Sebastian Piñera.
Para Tereza, o bom senso venceu na reunião do G7, que aconteceu neste final de semana, na França. “Ontem na reunião do G7 nós tivemos o apoio dos 7 países dizendo uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, disse.
O chefe de Estado francês havia criticado o posicionamento do governo brasileiro em relação às queimadas na Amazônia, que neste ano teve um aumento em torno de 80% em comparação ao mesmo período de 2018, de janeiro a agosto. Macron disse que o assunto seria tema urgente na reunião do G7 e que a Amazônia era um “bem mundial”.
A afirmação revoltou Bolsonaro e integrantes do seu governo, que atacaram diretamente o presidente francês. “Que país não tem problema no meio ambiente? Ainda mais o Brasil com essa Amazônia gigantesca. Daria para colocar 48 países da Europa dentro, não é possível ter controle absoluto”, ressaltou Tereza.
A ministra também afirmou que, em setembro, cumprirá uma extensa agenda em países árabes, como Egito e Kuwait. Ainda acrescentou que o presidente Jair Bolsonaro deve visitar o Catar neste segundo semestre.
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