Política
Bolsonaro se compara a Johnny Bravo, personagem que retrata um machão estúpido
Em evento na Bahia, o presidente respondeu a imprensa com palavrões e se comparou ao desenho animado que fez sucesso nos anos 90
Parece que o presidente Jair Bolsonaro não conhece profundamente o universo dos desenhos animados e principalmente o perfil de alguns personagens famosos. Isso porque o pesselista, ao responder uma pergunta sobre a indicação de seu filho Eduardo para a embaixada do Brasil nos EUA, se comparou ao personagem Johnny Bravo, famoso nos anos 1990. A afirmação aconteceu nesta segunda-feira 4, durante discurso na inauguração da Usina Solar, em Sobradinho, na Bahia.
O que Bolsonaro parece não ter se atentado é que o personagem escolhido por ele não se trata de um homem forte e com características positivas, como parece. Na verdade, é o contrário disso. Numa rápida pesquisa na Wikipédia é possível descobrir as características de Johnny Bravo: um louro musculoso, egocêntrico, vaidoso e mulherengo. Ele costuma ser rejeitado por quase todas as garotas que tenta conquistar por sua estupidez e modos desagradáveis.

Além disso, o personagem ainda mora com a mãe e ocupa todo seu tempo cuidando dos músculos do corpo e da sua vaidade masculina.
“Vamos parar com essa bobagem, a campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu ganhei. Eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra! Ganhou, porra! Vamos entender isso”, declarou em coletiva.
quem diria que boniro teria um dia consciência de classe ao se comparar com Johnny Bravo, um personagem de desenho animado, burro, egocêntrico e desagradável pic.twitter.com/fF2Z4vgOk9
— thaís (@thaisbristot) 6 de agosto de 2019
Bolsonaro parece ter gostado da comparação que fez com o personagem. Mesmo se tornando meme nas redes sociais, o presidente postou em seu Twitter uma foto de Johnny desejando boa noite a seus seguidores.
– BOA NOITE A TODOS! 🇧🇷 pic.twitter.com/ceG4EheLro
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 6 de agosto de 2019
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Bolsonaro: ‘Não estou censurando, mas esse tipo de filme eu não quero’
Por Alexandre Putti
Com Bolsonaro, Brasil vive “tentativa de imbecilização coletiva”, diz filósofo português
Por RFI


