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“Temos uma liderança estranha hoje no Brasil”, diz Gilberto Gil na Suíça

Aos 77 anos, o cantor lotou a sala de Verbier, local do seu segundo show na Suíça

“Temos uma liderança estranha hoje no Brasil”, diz Gilberto Gil na Suíça
“Temos uma liderança estranha hoje no Brasil”, diz Gilberto Gil na Suíça
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Em turnê pela Europa, o cantor e compositor Gilberto Gil falou com a RFI sobre como avalia o que está acontecendo no Brasil hoje na área política. As declarações foram feitas na quinta-feira (1), após show realizado em Verbier, na Suíça, que lotou uma sala com capacidade para 1.700 pessoas.

“Temos uma liderança estranha hoje, no Brasil, com o presidente da República [Jair Bolsonaro]. Um homem muito agressivo, mas é uma coisa que não é novidade. É uma coisa que já era esperada. Acredito que a boa parte dos seus eleitores esperava exatamente dele o que ele é, o que ele quer, o que ele faz, as exigências que ele coloca em relação aos outros poderes e, enfim, o viés persecutório em relação à cultura”, afirmou Gil, que foi ministro dessa área de 2003 a 2008.

 

Apesar do contexto político conturbado, o cantor ressaltou que os brasileiros prosseguem em seus cotidianos. “As pessoas [continuam] vivendo, trabalhando, se divertindo, discutindo, brigando, enfim, se relacionando com os seus pares nos seus lugares, nas suas comunidades. Também se posicionando em relação a isso, aquilo, a governos locais, a governos estaduais, a governo federal”, disse. Questionado se gostaria de deixar um recado aos brasileiros, o cantor afirmou que sua mensagem era de “solidariedade permanente”.

Casa cheia na Suíça para ouvir Gilberto Gil 

Aos 77 anos, o cantor lotou a sala de Verbier, local do seu segundo show na Suíça, demonstrando muita disposição no palco ao lado de sua banda. E a plateia respondeu à altura, parte dela levantando das cadeiras para dançar e cantar perto do palco canções como “Andar com fé” e “Toda menina baiana”. Durante o show, Gil falou com o público em francês, contando as histórias de algumas músicas, como “OK, OK, OK”, que dá nome à turnê, e “Sereno”, canção feita em homenagem ao neto.

A família, aliás, está muito presente nessa turnê. Três filhos de Gil (Nara, José e Bem) tocam com ele, e a neta Flor, de apenas dez anos, convidada especial, canta “Goodbye, my girl” com o avô, arrancando sorrisos e muitos aplausos da plateia. O músico João Gilberto, que faleceu no mês passado, foi lembrado durante o show por Gil, que destacou sua importância na criação da bossa nova e a influência que teve na sua geração.

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